Ryan
Callinan foi o vice-campeão no domingo, os dois barraram os sul-americanos nas
semifinais, Alonso Correa e Ian Gouveia ficaram em terceiro.
Julian Wilson e Ryan Callinan. |
Os
australianos fizeram a festa em casa, na 35ª edição de uma das etapas mais
antigas da World Surf League. No sábado, Bronte Macaulay ganhou a final com
Macy Callaghan no Doyle Partners Women´s Pro e no domingo só deu Austrália na
decisão do título de novo, com Julian Wilson derrotando Ryan Callinan no também
QS 5000 Surfest Newcastle Pro. Os dois barraram os sul-americanos nas
semifinais. Com o terceiro lugar, o peruano Alonso Correa subiu da sétima para
a segunda posição no WSL Qualifying Series, que segue liderado pelo brasileiro
Wiggolly Dantas. Já o pernambucano Ian Gouveia, entrou no grupo dos dez que se
classificam para o CT 2021, saltando do 33º para o sétimo lugar, após esta 13ª
etapa na Austrália.
Alonso
Correa assumiria a ponta do ranking se passasse para a final e tentou de tudo
para conseguir isso, só que Julian Wilson estava quase impossível de bater.
Surfando com muita força e fluidez nas direitas de Merewether Beach, o
australiano ganhou a maior nota da bateria, 8,50. Alonso também surfou bem de
backside em outra direita boa, com grandes rasgadas e fortes batidas que
tiraram notas 6,43 e 6,27 dos juízes. Ele até tentou os aéreos para vencer, mas
sem completar a manobra e o placar ficou em 14,83 a 12,70 pontos.
Alonso Correa. |
Na
segunda semifinal, Ian Gouveia fez o duelo mais emocionante do último dia. Ele
usou os aéreos de frontside nas esquerdas e acertou dois “full rotations” com
boa altura e amplitude, que valeram notas 8,60 e 8,50. Ryan Callinan escolheu
as direitas para mostrar a força do seu backhand, com pancadas verticais e
rasgadas abrindo grandes leques de água em ondas maiores. Na melhor delas,
arrancou 9,50 dos juízes. Quando Ian conseguiu o 8,60, o australiano também
pegou uma esquerda, que finalizou com um aéreo para ganhar 8,80 e registrar um
novo recorde de 18,30 pontos no Surfest Newcastle deste ano.
Os
dois foram os primeiros surfistas a ultrapassar a barreira dos 17 pontos, desde
o início do campeonato no mar clássico da segunda-feira de tubos incríveis em
Merewether Beach. O maior placar era 17,40 pontos do português Vasco Ribeiro na
primeira fase. Na quarta-feira, o francês Timothee Bisso chegou perto com 17,26
e Ian Gouveia atingiu 17,10 na semifinal. Já o recorde de nota permaneceu o
9,80 do tubaço do australiano Maddy Job no primeiro dia. Apesar das derrotas a
um passo da final, Alonso e Ian festejaram o bom terceiro lugar no evento, que
valeu 3.250 pontos no ranking e 3.850 dólares de prêmio.
Ian Gouveia. |
Com
este resultado, Ian Gouveia manteve o número de quatro sul-americanos no grupo
dos dez surfistas que se classificam para a elite dos top-34 da World Surf
League. O pernambucano subiu da 33.a para a sétima posição no ranking e
compensou a saída do saquaremense João Chianca, que caiu do décimo para o 13.o
lugar. O paulista Wiggolly Dantas perdeu na estreia em Newcastle, mas segue na
frente. Quem também continuou no G-10 foi o peruano Lucca Mesinas, que
despencou da quinta para a décima colocação. Um dos que ultrapassaram ele, foi
seu compatriota, Alonso Correa, que subiu do sétimo para o segundo lugar.
Challenger Series – A batalha pelas vagas
no CT 2021 vai esquentar agora, com o primeiro evento do Challenger Series de
10.000 pontos começando nesta segunda-feira na Austrália, o Sydney Surf Pro,
que no ano passado foi vencido pelo australiano Jordan Lawler, batendo o
potiguar Jadson André na decisão. Os finalistas no Surfest Newcastle Pro, são
dois dos dezessete tops do CT 2020 que vão competir nas ondas de Manly Beach, em
Sydney. Do Brasil são quatro, o próprio Jadson André, o campeão mundial Adriano
de Souza e os também paulistas Deivid Silva e Alex Ribeiro.
Com
o surfe que apresentaram em Merewether Beach, Julian Wilson e Ryan Callinan já
podem ser apontados como fortes candidatos ao título no Challenger Series de
Sydney. Julian vinha sendo o recordista de pontos e notas a cada dia em
Newcastle, desde que estreou na segunda fase. E no último dia, Ryan Callinan
brilhou também, principalmente na semifinal com Ian Gouveia. Só eles bateram os
números de Julian no domingo, que nas quartas de final tinha derrotado o
francês Joan Duru por 16,80 a 16,07 pontos, somando notas 9,00 e 7,80.
Julian Wilson. |
Na
disputa seguinte, Alonso Correa despachou o francês Charly Quivront por 11,00 a
10,67 e Ian Gouveia ganhou a terceira quarta de final do australiano Reef
Heazlewood por 14,10 a 13,00 pontos. Na última, Ryan Callinan passou sufoco no
duelo australiano com Matt Banting, garantindo sua classificação para as
semifinais por uma pequena vantagem de 14,87 a 14,24 pontos. Os dois finalistas
estavam estreando na temporada 2020 e Julian começa o ano na 11.a posição no
ranking com os 5.000 pontos da vitória, enquanto Ryan inicia em 18.o lugar com os
4.000 pontos do vice-campeonato.
Locais de Newcastle – Ryan Callinan ficou
muito perto de se tornar o primeiro surfista nascido em Newcastle a conquistar
o troféu da vitória em homenagem ao tetracampeão mundial Mark Richards. Ele foi
o primeiro a chegar numa final homem a homem, mas o título ficou na cidade,
pois Julian Wilson passou a morar na região há dois anos com sua família, sendo
treinado por um local de Newcastle que já decidiu título no Surfest, Luke Egan.
A
grande final foi muito bem disputada e terminou empatada em 14,27 pontos.
Julian Wilson largou na frente com nota 8,50 em sua segunda onda e logo
conseguiu um 5,77 para somar. Ryan Callinan não teve um bom início, mas entrou
na briga com uma nota 6,50 e ficou precisando de 7,78 para vencer. Na onda
seguinte, surfou bem de novo, manobrou forte, mas a média da nota ficou em
7,77. No desempate, Julian levou a melhor por ter a maior nota e faturou o
prêmio máximo de 15.000 dólares, com Ryan ficando com 7.500.
Julian Wilson. |
“É
uma sensação muito boa vencer aqui”, disse Julian Wilson. “A torcida é incrível
nessa região, apoiam bastante a gente e foi realmente especial fazer a final
com o Ryan (Callinan). Eu pude ver quanta pressão estava em cima dele, por um
primeiro título de um nativo de Newcastle, então foi muito especial conseguir a
vitória e ela, com certeza, vai para o Luke (Egan). O seu conhecimento local,
realmente me ajudou bastante para isso acontecer. Eu venho trabalhando muito
forte, então foi bom ver que todo o esforço já está dando resultado”.
No
ano passado, os dois brigaram pela segunda vaga australiana nas Olimpíadas de
Tokyo até a última etapa em Banzai Pipeline, no Havaí. Ela acabou ficando com
Julian Wilson, que terminou em 11.o lugar no ranking do CT 2019 e Ryan Callinan
em 14.o. O outro representante da Austrália no time masculino, para a estreia
do surfe como esporte olímpico, é Owen Wright, que vai competir no Challenger
Series de Sydney. Os do Brasil são os campeões mundiais Italo Ferreira e
Gabriel Medina, que ainda não estrearam na temporada.
“Foi
uma semana muito especial para mim. Normalmente, fico muito abalado em perder
uma final, mas dessa vez a torcida foi incrível e tudo bem”, disse Ryan Callinan.
“Todo mundo aqui estava torcendo por mim e foi ótimo. Havia centenas de pessoas
aplaudindo e gritando, mostrando o lado de Newcastle que eu mais amo. Sinto que
estou surfando bem e mostrei isso na semifinal, com uma das minhas melhores
performances em baterias. Claro que o maior desejo é ganhar na sua cidade
natal, mas é o mais difícil talvez, porque existe muita pressão em seus ombros,
pois todos esperam que você vença. Não deu, mas estou feliz assim mesmo com o
resultado, pelo que eu fiz no evento todo”.
Ryan Callinan. |
Brasil X Austrália – Ryan Callinan impediu
que Ian Gouveia pudesse tentar uma segunda vitória consecutiva do Brasil no
Surfest Newcastle Pro. No ano passado, as semifinais também foram um confronto
direto entre a Austrália e a América do Sul, mas com dois brasileiros que
passaram por Matt Banting e Jack Robinson. Depois, Alex Ribeiro derrotou Jadson
André na disputa do título. Os australianos deram o troco dessa vez, com Julian
barrando o peruano Alonso Correa e Ryan estabelecendo um novo recorde para
bater Ian Gouveia.
Quem
também chegou no último dia do Surfest Newcastle Pro esse ano, foi o uruguaio
Marco Giorgi. Ele acabou perdendo o duelo sul-americano com Alonso Correa pelas
oitavas de final, que abriram o domingo decisivo na Austrália. Mesmo assim, o
uruguaio ganhou mais de cem posições no ranking com os 1.750 pontos do nono
lugar, saltando do 155.o para o 52.o lugar na classificação geral das treze
etapas completadas neste domingo em Newcastle.
RESULTADOS
DO ÚLTIMO DIA DO SURFEST NEWCASTLE:
Campeão:
Julian Wilson (AUS) por 14,27 pontos (8,50+5,77) – US$ 15.000 e 5.000 pontos
Vice-campeão:
Ryan Callinan (AUS) com 14,27 pts (7,77+6,50) – US$ 7.500 e 4.000 pontos
SEMIFINAIS
– 3º lugar com US$ 3.850 e 3.250 pontos:
1ª)
Julian Wilson (AUS) 14.83 x 12.70 Alonso Correa (PER)
2ª)
Ryan Callinan (AUS) 18.30 x 17.10 Ian Gouveia (BRA)
QUARTAS
DE FINAL – 5º lugar com US$ 2.500 e 2.500 pontos:
1ª)
Julian Wilson (AUS) 16.80 x 16.07 Joan Duru (FRA)
2ª)
Alonso Correa (PER) 11.00 x 10.67 Charly Quivront (FRA)
3ª)
Ian Gouveia (BRA) 14.10 x 13.00 Reef Heazlewood (AUS)
4ª)
Ryan Callinan (AUS) 14.87 x 14.24 Matt Banting (AUS)
OITAVAS
DE FINAL – 9º lugar com US$ 1.500 e 1.750 pontos:
1ª)
Julian Wilson (AUS) 13.70 x 5.53 Mitch Crews (AUS)
2ª)
Joan Duru (FRA) 8.57 x 6.87 Liam O´Brien (AUS)
3ª)
Alonso Correa (PER) 10.50 x 7.10 Marco Giorgi (URU)
4ª)
Charly Quivront (FRA) 9.50 x 9.14 Billy Stairmand (NZL)
5ª)
Ian Gouveia (BRA) 12.17 x 7.83 Kauli Vaast (TAH)
6ª)
Reef Heazlewood (AUS) 14.76 x 9.10 Sebastian Zietz (HAV)
7ª)
Matt Banting (AUS) 14.24 x 11.07 Beyrick De Vries (AFR)
8ª)
Ryan Callinan (AUS) 14.80 x 6.94 Nat Young (EUA)
G-10
DO WSL QUALIFYING SERIES 2020 – após 13 etapas:
01)
Wiggolly Dantas (BRA) – 8.350 pontos
02)
Alonso Correa (PER) – 7.823
03)
Nat Young (EUA) – 6.948
04)
Maxime Huscenot (FRA) – 6.300
05)
Ramzi Boukhiam (MAR) – 6.075
06)
Shun Murakami (JPN) – 5.810
07)
Ian Gouveia (BRA) – 5.750
08)
Joan Duru (FRA) – 5.550
09)
Matt Banting (AUS) – 5.500
10)
Lucca Mesinas (PER) – 5.250
--------sul-americanos
até 100:
13)
João Chianca (BRA) – 4.625 pontos
16)
Weslley Dantas (BRA) – 4.300
17)
Rafael Teixeira (BRA) – 4.032
23)
Yago Dora (BRA) – 3.575
24)
Jadson André (BRA) – 3.500
24)
Samuel Pupo (BRA) – 3.500
30)
Alejo Muniz (BRA) – 3.350
43)
Thiago Camarão (BRA) – 2.850
48)
Filipe Toledo (BRA) – 2.500
48)
Leandro Usuna (ARG) – 2.500
52)
Marco Giorgi (URU) – 2.450
53)
Willian Cardoso (BRA) – 2.425
55)
Victor Bernardo (BRA) – 2.325
66)
Renan Pulga Peres (BRA) – 2.125
72)
Jessé Mendes (BRA) – 2.000
78)
Leo Casal (BRA) – 1.750
78)
Edgard Groggia (BRA) – 1.750
94)
Cristobal de Col (PER) – 1.475
103)
Marcos Correa (BRA) – 1.375
103)
Robson Santos (BRA) – 1.375
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