O
potiguar Italo Ferreira acabou adiando a disputa do título mundial ao vencer a
semifinal brasileira com Gabriel Medina e faturou o título da etapa portuguesa
na final com Joan Duru.
Colaboração
de texto: João Carvalho/©WSL
Colaboração
de foto: Masurel/Poullenot/ ©WSL
O
MEO Rip Curl Pro Portugal terminou em festa brasileira no sábado de praia
superlotada em Supertubos no último dia da “perna europeia” do World Surf
League Championship Tour. Não foi pela conquista do título mundial antecipado
por Gabriel Medina e sim pela vitória do potiguar Italo Ferreira, a oitava do
Brasil nas dez etapas completadas em Portugal e a terceira dele esse ano. Antes
de bater o francês Joan Duru na final, ele também usou os aéreos para tirar a
maior nota do evento – 9,30 – na semifinal brasileira com Medina. Com isso, a
decisão do título de 2018 ficou para a última etapa, com Filipe Toledo e Julian
Wilson vivos na briga com Medina nos tubos de Banzai Pipeline, de 8 a 20 de
dezembro no Havaí.
Italo Ferreira foi para galera em Portugal. |
Italo Ferreira foi o único a vencer três etapas esse ano. |
O
potiguar festejou sua primeira vitória da carreira no CT, badalando o sino do
emblemático troféu de campeão nas direitas de Bells Beach, na Austrália. A
segunda foi no Bali Protected, também nas direitas de Keramas, na Indonésia. Em
Portugal, quando Supertubos está tubular, as direitas são melhores, mas no
sábado as ondas estavam com 3-4 pés e ele apostou nas esquerdas desde a bateria
que abriu o dia, após vários adiamentos por toda a manhã e início da tarde em
Supertubos.
Italo Ferreira explorou seus aéreos mortais para vencer em Portugal. |
Gabriel
Medina entrou na bateria seguinte e também foi para as esquerdas, com o
australiano Matt Wilkinson preferindo as direitas. O resultado foi o mesmo.
Medina pegou as melhores ondas para mostrar seu repertório de aéreos e somar
8,33 com 7,83, contra um total de 11,03 pontos das duas notas computadas pelo
australiano.
Gabriel Medina vai para o Pipe Master com a camiseta amarela. |
Com
isso, seguia viva a chance de Medina conquistar seu segundo título mundial com
a vitória. O craque Neymar estava
presente mais uma vez na arena do evento, prestigiando o amigo em Portugal, com
eles até assistindo algumas baterias ao lado de Italo Ferreira. Depois, os dois
fizeram uma verdadeira batalha aérea nas semifinais, com a enorme torcida que
lotou a praia no sábado, vibrando a cada voo dos brasileiros.
O amigo Italo Ferreira impediu Medina de chegar ao segundo título mundial. |
“Foi
uma boa bateria contra o Italo (Ferreira) como sempre. Ele é um grande amigo
meu e mereceu vencer com aquela onda”, admitiu Gabriel Medina. “Nós sabíamos
que seria um show de aéreos e estou feliz com meu desempenho. Eu sei que fiz o
meu melhor aqui e agora meu foco está para o Pipe Masters. Eu venho de duas
vitórias e dois terceiros lugares nas últimas etapas, então estou feliz com meu
desempenho e Pipeline é uma onda que eu gosto muito. Agora vou focar nisso”.
Decisão no Havaí - Com a derrota em
terceiro lugar, a decisão do título mundial ficou então para a última etapa no
templo sagrado do esporte, Banzai Pipeline, no Havaí. A batalha segue com três
concorrentes e Medina vestindo a lycra amarela no Pipe Masters. Filipe Toledo e
Julian Wilson agora estão empatados em segundo lugar e já necessitam chegar na
grande final para superar os atuais 56.190 pontos do líder. Se Medina chegar
nas semifinais, ambos precisarão unicamente da vitória no Havaí.
Caso
aconteça uma decisão entre Filipe e Julian, o vencedor será o campeão mundial
de 2018. A final só não poderá ser com Gabriel Medina, pois a batalha do seu
segundo título é passar das semifinais. Ele já disputou o troféu de campeão do
Pipe Masters duas vezes. Em 2014, já chegou como primeiro campeão mundial do
Brasil e Julian Wilson venceu o show de tubos nos minutos finais. No ano
seguinte, confirmou o título de Adriano de Souza ao derrotar Mick Fanning nas
semifinais e Mineirinho festejou a conquista com a vitória no Havaí.
Agora,
se seus concorrentes não tropeçarem pelo caminho, Medina terá que chegar na
final de novo para se tornar o primeiro brasileiro bicampeão mundial da
história da World Surf League. Ele não consegue isso desde a decisão verde-amarela
de 2015 com Mineirinho. Mas, Julian Wilson e Filipe Toledo também não chegaram
na final em 2016 e nem em 2017, nos anos do bicampeonato mundial do havaiano
John John Florence. O australiano só conseguiu decidir o título em Pipeline uma
vez em sete participações, na vitória sobre Medina. Filipe disputou cinco Pipe
Masters e seu melhor resultado foi um quinto lugar nas quartas de final do
mesmo ano de 2014, contra o próprio Medina.
Vagas no CT 2019 – O Pipe Mastes também
será decisivo para definir o grupo dos top-34 que vai disputar o título mundial
de 2019 no World Surf League Championship Tour. Os 22 primeiros colocados permanecem
na elite e sete dos onze titulares da “seleção brasileira” deste ano estão na
lista, Gabriel Medina em primeiro lugar no ranking das dez etapas completadas
em Portugal, Filipe Toledo em segundo, Italo Ferreira em quarto, Willian
Cardoso em 13º seguido por Michael Rodrigues em 14º, Adriano de Souza em 17º e
Yago Dora na ameaçada 22ª e última vaga para o ano que vem.
O francês Joan Duru ganhou dez posições com o vice em Portugal. |
G-10 do QS – Caso Tomas, Ian, Jessé
e Caio, saiam da elite do CT esse ano, outros quatro estão se classificando
entre os dez indicados pelo WSL Qualifying Series, para manter a maioria
brasileira no CT com onze surfistas. O paranaense Peterson Crisanto está em
quinto no G-10, o paulista Deivid Silva em sexto, o potiguar Jadson André em
sétimo e o catarinense Alejo Muniz em décimo. Eles terão chance de disputar
pontos em casa no último evento importante antes do encerramento da temporada
na Tríplice Coroa Havaiana, o São Sebastião Pro com status QS 3000, de 31 de
outubro a 4 de novembro na Praia de Maresias.
RESULTADOS
DO ÚLTIMO DIA DO MEO RIP CURL PRO PORTUGAL:
Campeão:
Italo Ferreira (BRA) por 15,93 pontos (8,50+7,43) – US$ 100.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão:
Joan Duru (FRA) com 10,77 pontos (7,00+3,77) – US$ 55.000 e 7.800 pontos
SEMIFINAIS
– 3º lugar com US$ 30.000 e 6.085 pontos:
1ª)
Italo Ferreira (BRA) 16.47 x 14.73 Gabriel Medina (BRA)
2ª)
Joan Duru (FRA) 13.60 x 12.00 Owen Wright (AUS)
QUARTAS
DE FINAL – 5º lugar com US$ 19.000 e 4.745 pontos:
1ª)
Italo Ferreira (BRA) 16.10 x 5.20 Michel Bourez (TAH)
2ª)
Gabriel Medina (BRA) 16.16 x 11.03 Matt Wilkinson (AUS)
3ª)
Joan Duru (FRA) 11.57 x 5.10 Julian Wilson (AUS)
4ª)
Owen Wright (AUS) 11.17 x 4.60 Kanoa Igarashi (JPN)
TOP-22
DO JEEP WSL LEADERBOARD – Ranking das 10 etapas com 1 descarte:
01)
Gabriel Medina (BRA) – 56.190 pontos
02)
Julian Wilson (AUS) – 51.450
02)
Filipe Toledo (BRA) – 51.450
04)
Italo Ferreira (BRA) – 43.070
05)
Owen Wright (AUS) – 35.570
06)
Jordy Smith (AFR) – 32.020
07)
Wade Carmichael (AUS) – 30.670
08)
Kanoa Igarashi (JPN) – 29.275
09)
Michel Bourez (TAH) – 29.115
10)
Conner Coffin (EUA) – 28.390
11)
Kolohe Andino (EUA) – 27.600
12)
Mikey Wright (AUS) – 27.275
13)
Willian Cardoso (BRA) – 27.190
14)
Michael Rodrigues (BRA) – 25.215
15)
Adrian Buchan (AUS) – 23.945
16)
Jeremy Flores (FRA) – 23.275
17)
Adriano de Souza (BRA) – 22.925
18)
Ezekiel Lau (HAV) – 22.820
19)
Sebastian Zietz (HAV) – 22.525
20)
Griffin Colapinto (EUA) – 22.030
21)
Frederico Morais (PRT) – 19.645
22)
Yago Dora (BRA) – 18.400
--------outros
brasileiros:
25)
Tomas Hermes (BRA) – 15.670 pontos
29)
Ian Gouveia (BRA) – 12.040
29)
Jessé Mendes (BRA) – 12.040
36)
Miguel Pupo (BRA) – 8.930
38)
Wiggolly Dantas (BRA) – 6.255
39)
Caio Ibelli (BRA) – 3.780
40)
Alejo Muniz (BRA) – 1.665
44)
Deivid Silva (BRA) – 420
44)
Samuel Pupo (BRA) – 420
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