Quando
foi eleito, a maioria pensava que era o cara certo no local certo. Anos de
experiência trabalhando com o surf, o credenciava e era só remar e botar para
baixo, para surfar uma onda perfeita.
Com uma série de acusações, Abdalla abriu mão de concluir seu mandato. |
Fotos reprodução do Facebook
Dentro
da água, as coisas não aconteceram como todos esperavam e a onda perfeita se
transformou em uma vaca feia. Sofrendo uma série de críticas e acusações nas
redes sociais, além de nem tentar a reeleição a que tinha direito, o presidente
da Federação Baiana de Surf, Carlos Abdalla abriu mão de concluir o seu
mandato, antecipando a eleição que estava prevista para o mês de julho.
A FBSurf convocou uma Assembléia através do Facebbok da ASI. |
Pelo
menos, esta estratégia para acabar com as críticas ao mandatário maior do Surf
Baiano, foi o motivo oficial da convocação da Assembléia Geral para o dia 6 de
Março, às 17 horas, no auditório da Unidunas/Parque das Dunas, que fica na Rua
José Augusto Tourinho Dantas, nº 1001, em Praia do Flamengo, em Salvador. A
convocação não diz se é para Assembléia Ordinário ou Extraordinária.
A
antecipação da eleição, pelos que criticam a atual gestão, é vista como uma tentativa
de controlar o pleito, que tem os presidentes das associadas como colégio
eleitoral. A margem para a manipulação do resultado do pleito é a pergunta que
não quer calar no surf baiano e é feita há quase trinta anos: quais entidades
estão, extritamente, no regulamento para votar?
A Ata da Assembléia da Eleição prova que o pleito foi ilegal. |
Na
eleição passada, o presidente anterior, Armado Daltro protelou, algumas vezes o
pleito para dar tempo das entidades se documentarem como, também, ser decidido
quem tem direito a votar e ser votado. Ao final do processo, seis entidades, a
Associação Baiana de de Surfistas Masters (ABSM), Associação de Surf de
Amaralina (ASA), Associação de Surf Amador de Itinga (ASAI), União dos
Surfistas do Corsário (USC), Associação Ilheense de Surf (AIS) e Associação de
Surf da Costa do Dendê (ASCD) podiam votar e ser votadas.
Votaram
no pleito Auro Pisani, pela ABSM; Fernando Guedes, pela ASA; Elsimar de Paulo, pela ASAI; Roberto Moraes,
pela USC; Brício Argolo, pela AIS e Dalmo Meireles, pela ASCD e elegeram Carlos Abdalla, apoiado pelo ex-presidente Adalvo
Argolo que assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Surf.
O ex-presidente da ABS, Prado acusa a CBS de utilizar o FBS como laranja. |
Exatamente
esta dobradinha, Abdalla na FBSurf e Adalvo na CBSurf, tem sido o maior motivo
de críticas nas redes sociais. Outro ex-presidente da Associação Baiana de Surf
(entidade que antecedia a Federação), Fabiano Prado acusa a CBSurf de utilizar
o FBSurf como "laranja", para ter acesso às verbas públicas para
organizar seus evento de surf. Além desta acusação, a senhora Regina do Couto
acusa a Federação Baiana de Surf de estar ilegal e que nenhum ato realizado
pela Federação é válido do ponto de vista do ordenamento jurídico.
Segundo
ela "O Artigo 9º diz que apenas as filiadas podem ser votadas para ocupar os
cargos da Diretoria. E ainda, somente 1 (uma) associação por município tem
direito a voto. A eleição de 2014 da Federação foi completamente ilegal.",
afirma. A Associação Nordestina de Surf não é filiada à FBSurf, então, Carlos
Abdalla não poderia ter sido eleito presidente.
Ferreira quer saber porque a convocação da Assembleia foi no Face da ASI. |
Além
disto, quatro entidades de um só município, Salvador elegeram Carlos Abdalla
para presidente. Outro que engrossa o coro da ilegalidade da FBSurf é o Ex-Diretor
Administrativo da Federação Baiana de Surf, Jesuino Ferreira. segundo o
ex-dirigente, "O Estatuto da Federação Baiana de Surf não está em
conformidade com o Novo Código Civil (Lei Nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002)
porque a entidade não está atuando como uma Sociedade Civil. Além disto, os dirigentes
não observam o princípio da Publicidade (não divulgam balanços e
contabilidades), sendo um desrespeito à Constituição Federal do Brasil.",
acusa.
Além
da legalidade jurídica da entidade, Ferreira, também questiona a legalidade da
convocação de Assembléia. "Porque o Edital da FBSurf foi publicado no
Facebook da Associação de Surf de Itacaré? Outro detalhe, faltou mencionar se a
convocação é de uma Assembléia Geral Ordinária ou Extraordinária. Em tempo,
reitero que o ESTATUTO da Federação Baiana de Surf está fora do Ordenamento
Jurídico Nacional. A Diretoria Executiva da Federação Baiana de Surf teve 06
(SEIS) meses para adequar o ESTATUTO a nova redação do Artigo 18-A da Lei PELÉ,
a qual foi alterada pela Lei 12.793, de 2 de Abril de 2013. Portanto, não se
pode fazer nada na Federação Baiana de Surf, sem antes ADEQUAR o ESTATUTO a
Legislação Desportiva Nacional", afirma o ex-dirigente. "Há meu ver,
só um Juiz de Direito Civil para deliberar o futuro da Federação Baiana de Surf",
completa.
Já
o ex-presidente da ABS, Fabiano Prado afirma que a antecipação da eleição tem o
objetivo de direcionar o pleito para transferência da presidência da FBSurf para
a Associação de Surf de Itacaré, mantendo o mesmo grupo atual no comando do CNPJ
que dá acesso ao dinheiro público.
Questionado, o presidente da FBSurf, Carlos Abdalla disse que preferia não responder as acusações.
Questionado, o presidente da FBSurf, Carlos Abdalla disse que preferia não responder as acusações.
Postar um comentário