Australiana
manteve a lycra amarela disputada na decisão feminina e quatro brasileiros vão
disputar as quartas de final masculinas, em Saquarema, Medina, Toledo,
Rodrigues e Dora.
Australiana Stephanie Gilmore manteve a lycra amarela. |
Colaboração
de texto: João Carvalho/©WSL
Colaboração
de foto: Poullenot/Smorigo/ ©WSL
A
australiana Stephanie Gilmore segue firme na busca pelo seu sétimo título
mundial com a primeira vitória conquistada na etapa brasileira do World Surf
League Championship Tour. Ela ganhou o confronto direto pela lycra amarela do
Jeep Leaderboard na final do Oi Rio Pro com vice-líder Lakey Peterson e agora
abriu quase 4.000 pontos de vantagem sobre a norte-americana, que barrou a
brasileira Tatiana Weston-Webb nas semifinais.
Gilmore venceu pela primeira vez no Rio. |
Na quarta de ótimas ondas de 4-6
pés na Praia de Itaúna, também foi decidida as quartas de final masculinas e os
brasileiros vão disputar todas as baterias. Filipe Toledo ganhou a primeira
nota 10 em Saquarema e Gabriel Medina, Michael Rodrigues e Yago Dora, também se
classificaram para o último dia. Na quinta, a primeira chamada do dia será as
6h45 em Saquarema.
A
quarta começou com a batalha por vagas nas quartas de final feminina e a
cearense Silvana Lima foi o destaque da terceira fase, registrando imbatíveis
15,90 pontos com a nota 8,90 da sua melhor onda. Depois, começou a dos homens
com um confronto 100% brasileiro para decidir os dois primeiros classificados.
O cearense Michael Rodrigues começou bem e liderou boa parte da bateria, até o
paulista Filipe Toledo entrar em ação para comandar o show nas esquerdas de
Itaúna.
Ele
assumiu a ponta com uma nota 8,33 massacrando uma onda com manobras potentes e
na seguinte arriscou um aéreo incrível, voando muito alto para fazer o giro
completo no ar e aterrissar com perfeição. Os juízes concordaram com a vibração
da torcida e deram a primeira nota 10 para ele se tornar o recordista absoluto
do campeonato, com 18,33 pontos de 20 possíveis. Michael Rodrigues passou em
segundo para as quartas de final e o pernambucano Ian Gouveia terminou em nono
lugar na etapa brasileira do CT.
Toledo voa muito alto, faz o giro completo no ar para aterrissar com perfeição. |
“Na
verdade, naquela hora eu estava bem nervoso ainda, com medo do Ian (Gouveia) e
do Michael (Rodrigues) virarem a bateria, pois são dois surfistas com imenso
talento pra fazer isso. Mas aquela onda veio, eu estava no lugar certo na hora
certa e Deus me abençoou com a nota 10”, contou Filipe Toledo. “Não foi uma
onda boa para manobrar, então fiquei tentando sempre buscar a melhor sessão,
consegui fazer uma manobra e quando eu tava chegando na parte boa dela, já
estava vindo uma sessão animal pro aéreo e só pensei que a hora era aquela,
então fui com tudo e deu certo, graças a Deus”.
Pela
primeira vez na história do World Surf League Championship Tour, iniciada em
1992, uma etapa valendo título mundial poderá ter quatro brasileiros disputando
as semifinais. Isso porque eles estão em todas as baterias das quartas de final.
A primeira será entre Filipe Toledo e o americano Kolohe Andino, o cearense
Michael Rodrigues entra na segunda com o australiano Julian Wilson, que está
defendendo a lycra amarela, Gabriel Medina enfrenta o australiano Wade
Carmichael na terceira e a briga pela última vaga nas semifinais será entre o
catarinense Yago Dora e o havaiano Ezekiel Lau.
A australiana Stephanie Gilmore explorou as batidas de back side. |
Decisão feminina – Enquanto oito homens
ainda estão na briga pelo título masculino, o feminino já foi conquistado pela
australiana Stephanie Gilmore na quarta. As duas finalistas tiveram que entrar
no mar para competir quatro vezes. A campeã começou o dia perdendo para a
também australiana Nikki Van Dijk a segunda classificatória para as quartas de
final. Depois, passou por Sally Fitzgibbons e pela própria Nikki Van Dijk nas
semifinais, antes de conseguir sua primeira vitória no Brasil surfando duas
direitas na bateria final na Praia de Itaúna.
“Finalmente
eu consegui vencer aqui, pois já faz um tempão que estou atrás de uma vitória
aqui no Brasil”, disse Stephanie Gilmore. “Tive alguns momentos difíceis aqui e
é sempre um desafio competir com tantas meninas talentosas que estão no Tour.
Mas, eu adoro o Brasil, esse lugar é lindo e me diverti bastante. Consegui
tocar minha guitarra num show com as meninas (Lakey Peterson e Carissa Moore)
essa semana, peguei altas ondas e só quero agradecer a todos os fãs do Brasil.
Muito obrigada amigos e já estou ansioso para voltar aqui no ano que vem”.
Se vencesse, A norte-americana Lakey Peterson recuperaria a liderança. |
A
norte-americana Lakey Peterson poderia recuperar a liderança do ranking se
vencesse, mas ela só conseguiu achar uma onda boa e o placar terminou em 11,53
a 8,00 para a australiana. Para chegar na decisão do título, a californiana
derrotou a gaúcha Tatiana Weston-Webb numa semifinal muito disputada, encerrada
em 11,27 a 10,40 pontos. Antes, já tinha deixado a tricampeã mundial Carissa
Moore nas quartas de final e só não venceu a sua primeira bateria no dia,
quando a cearense Silvana Lima fez a melhor apresentação da quarta, recebendo
uma nota 8,90 e totalizando 15,90 pontos de 20 possíveis.
“Foi
um evento incrível e só tenho que agradecer todo esse público que encheu a
praia para assistir a gente, foi muito divertido”, disse Lakey Peterson.
“Saquarema é uma cidade linda, pegamos altas ondas nas esquerdas aqui de
Itaúna, os meninos estavam quebrando nas direitas lá na Barrinha e hoje (quarta)
aqui parecia Cloudbreak quando está pequeno. Estou feliz em continuar numa boa
posição na corrida pelo título mundial junto com a Stephanie (Gilmore) e agora
já vou começar a focar na próxima etapa, em Bali”.
A gaúcha Tatiana Weston-Webb quase chega à final. |
Brasileiras – A norte-americana
impediu que a gaúcha Tatiana Weston-Webb fizesse sua segunda final no ano com
Stephanie Gilmore, como na etapa de Bells Beach que a hexacampeã mundial ganhou
na Austrália. Mesmo com a derrota nas semifinais, Tatiana ganhou uma posição no
ranking e agora é a terceira colocada. Essa foi a primeira vez que ela competiu
como brasileira no Circuito Mundial, pois sempre representava o Havaí onde mora
desde criança e agora decidiu passar a defender o país onde ela nasceu.
“Tentei
não colocar muita pressão em mim agora que estou representando o Brasil no
Tour, consegui manter a calma e estou bem feliz com meu resultado e todo o
apoio que recebi da torcida aqui”, disse Tatiana Weston-Webb. “Saquarema é um
lugar que tem bastante energia positiva e aconteceram muitas coisas boas nessa
semana. Teve o meu aniversário (de 22 anos em 9 de maio), vai ter o do Yago
(Dora) na sexta, nossas famílias são muito amigas, o pai dele é meu técnico
também, então no geral está sendo tudo muito divertido aqui. Gosto muito dessa
onda de Itaúna, gostei da Barrinha também e saio daqui bem feliz com tudo”.
A
última bateria que a gaúcha Tatiana Weston-Webb venceu em Saquarema foi
justamente contra a outra brasileira da elite mundial, a cearense Silvana Lima.
As duas se enfrentaram nas quartas de final e Silvana vinha embalada da grande
apresentação na fase anterior. No entanto, a baixinha não conseguiu achar boas
ondas para surfar na bateria e Tatiana pegou as melhores para vencer fácil por
15,33 a 4,60 pontos. Silvana permanece em décimo lugar no ranking das quatro
etapas completadas no Brasil. A próxima começa dia 29 na Indonésia.
QUARTAS DE FINAL DO OI RIO PRO EM SAQUAREMA:
1ª)
Filipe Toledo (BRA) x Kolohe Andino (EUA)
2ª)
Julian Wilson (AUS) x Michael Rodrigues (BRA)
3ª)
Gabriel Medina (BRA) x Wade Carmichael (AUS)
4ª)
Ezekiel Lau (HAV) x Yago Dora (BRA)
QUARTA
FASE – 1º e 2º=Quartas de Final / 3º=9º lugar com 3.700 pontos e US$ 14.700:
1ª)
1-Filipe Toledo (BRA)=18.33, 2-Michael Rodrigues (BRA)=10.94, 3-Ian Gouveia
(BRA)=8.00
2ª)
1-Julian Wilson (AUS)=12.73, 2-Kolohe Andino (EUA)=11.90, 3-Kanoa Igarashi
(JPN)=9.43
3ª)
1-Gabriel Medina (BRA)=11.84, 2-Ezekiel Lau (HAV)=9.73, 3-Sebastian Zietz
(HAV)=9.00
4ª)
1-Yago Dora (BRA)=13.94, 2-Wade Carmichael (AUS)=11.40, 3-John John Florence
(HAV)=8.00
DECISÃO
DO TÍTULO DO OI RIO WOMEN´S PRO:
Campeã:
Stephanie Gilmore (AUS) por 11,53 pontos (6,43+5,10) – US$ 65.000 e 10.000
pontos
Vice-campeã:
Lakey Peterson (EUA) com 8,00 pontos (4,33+3,67) – US$ 33.000 e 7.800 pontos
SEMIFINAIS
– 3º lugar com 6.085 pontos e US$ 21.000 de prêmio:
1ª)
Stephanie Gilmore (AUS) 11.00 x 9.67 Nikki Van Dijk (AUS)
2ª)
Lakey Peterson (EUA) 11.27 x 10.40 Tatiana Weston-Webb (HAV)
QUARTAS
DE FINAL – 5º lugar com 4.745 pontos e US$ 14.475 de prêmio:
1ª)
Stephanie Gilmore (AUS) 13.06 x 10.00 Sally Fitzgibbons (AUS)
2ª)
Nikki Van Dijk (AUS) 10.83 x 5.77 Keely Andrew (AUS)
3ª)
Tatiana Weston-Webb (BRA) 15.33 x 4.60 Silvana Lima (BRA)
4ª)
Lakey Peterson (EUA) 12.67 x 9.57 Carissa Moore (HAV)
TERCEIRA
FASE – 1ª e 2ª=Quartas de Final / 3ª=9º lugar com 3.085 pontos e US$ 11.500:
1ª)
1-Sally Fitzgibbons (AUS)=11.17, 2-Keely Andrew (AUS)=9.64, 3-Tyler Wright
(AUS)=6.17
2ª)
1-Nikki Van Dijk (AUS)=14.36, 2-Stephanie Gilmore (AUS)=12.50, 3-Caroline Marks
(EUA)=4.67
3ª)
1-Silvana Lima (BRA)=15.90, 2-Lakey Peterson (EUA)=15.23, 3-Johanne Defay
(FRA)=13.16
4ª)
1-Carissa Moore (HAV)=15.33, 2-Tatiana Weston-Webb (BRA)=11.50, 3-Sage Erickson
(EUA)=11.34
TOP-10
DO JEEP LEADERBOARD – RANKING WSL 2018 – 4 etapas:
01)
Stephanie Gilmore (AUS) – 29.490 pontos
02)
Lakey Peterson (EUA) – 25.630
03)
Tatiana Weston-Webb (BRA) – 20.020
04)
Carissa Moore (HAV) – 18.980
05)
Caroline Marks (EUA) – 17.000
06)
Nikki Van Dijk (AUS) – 16.965
07)
Tyler Wright (AUS) – 15.660
07)
Johanne Defay (FRA) – 15.660
09)
Keely Andrew (AUS) – 15.325
10)
Sally Fitzgibbons (AUS) – 15.305
10)
Silvana Lima (BRA) – 15.305
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