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18:00:00
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WSL
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Medina garante o pentacampeonato do Brasil na
final com Filipe Toledo, Carissa Moore festeja seu quinto título na melhor de
três contra Tatiana, Filipe e Tatiana conseguem ser vice-campeões mundiais pela
primeira vez.
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Gabriel Medina com seu terceiro troféu de campeão mundial de surfe. |
Colaboração
de texto: João Carvalho/ Felipe Marcondes/©WSL
worldsurfleague.com
Colaboração de foto: Getty Images/Nolan/Morris/Heff
O fenômeno Gabriel Medina é o sexto surfista da
história a conquistar três títulos mundiais, sacramentando o pentacampeonato do
Brasil com um show na decisão verde-amarela com Filipe Toledo nas boas ondas de
4-6 pés de Lower Trestles. na terça-feira em San Clemente, na Califórnia,
Estados Unidos. O Rip Curl WSL Finals foi encerrado com Tatiana Weston-Webb
tentando ser a primeira campeã mundial do Brasil. Ela tinha vencido a primeira da
melhor de três baterias com Carissa Moore, mas a havaiana ganhou as outras duas
e festejou seu quinto título no pódio, junto com o camisa 10 da seleção
brasileira da WSL, Gabriel Medina.
“Estou muito feliz. Consegui atingir minha
maior meta e estou chorando agora porque é uma mistura de muitas emoções de uma
vez só”, disse Gabriel Medina, ainda dentro d´água, após a segunda vitória
sobre Filipe Toledo. “Foi um ano longo e estou muito feliz por estar fazendo
parte de tudo isso. Os brasileiros estão dominando, indo muito bem e é uma
sensação muito boa, difícil até de descrever, poder ajudar nessa evolução e
eles sempre me incentivam a melhorar cada vez mais também”.
Gabriel Medina entrou no seleto grupo de agora
seis surfistas que conquistaram três títulos mundiais, mas é o primeiro
goofy-footer (que usa o pé direito à frente da prancha) a conseguir isso. Todos
os outros surfam com o pé esquerdo à frente da prancha, o onze vezes campeão
mundial Kelly Slater, o tetracampeão Mark Richards e os tricampeões Tom Curren,
Andy Irons (in memoriam) e Mick Fanning. Medina foi o primeiro brasileiro a ser
campeão mundial em 2014, ganhou seu segundo título em 2018 e o terceiro
sacramentou o pentacampeonato do Brasil. Adriano de Souza também foi o melhor
do mundo em 2015 e Italo Ferreira em 2019.
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Os campeões mundiais de 2021, Gabriel Medina e Carissa Moore. |
“Estou muito feliz. Não é todo dia que você
atinge sua meta, o seu sonho que parece ser impossível, até você conseguir”,
disse Gabriel Medina, após ser carregado pela torcida que lotou a praia de
Lower Trestles. “É um dia muito especial para mim e toda glória para Deus, que
sempre me fez trabalhar forte e nunca desistir. Eu não falo muito bem, então
tento deixar meu surfe falar por mim. Hoje foi um dia histórico na minha vida e
vou poder contar para meu filho, quando tiver, que precisa surfar e se dedicar
muito para ganhar um título”.
A decisão do título de 2021, em uma melhor de
três baterias no Rip Curl WSL Finals, nem foi para o tira-teima. Isso porque
Medina ganhou os dois primeiros duelos contra Filipe Toledo, que já tinha
passado pelo californiano Conner Coffin e pelo medalhista de ouro, Italo
Ferreira. Com a vitória sobre o potiguar, Filipe já confirmava o melhor ano da
sua carreira, garantindo um inédito vice-campeonato mundial. Mas, ele usou
todas as suas armas para conquistar o primeiro título. Só que Medina respondia
cada ataque com uma performance ainda melhor.
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Gabriel Medina carregado pela torcida que lotou as areias de Trestles. |
Decisão
do título –
Os dois brasileiros deram um show no primeiro confronto da decisão, com cada um
mostrando a potência do frontside e backside nas direitas e esquerdas de Lower
Trestles. Filipe começou com nota 7,00 e Gabriel respondeu com 7,33 nas
direitas. Depois, a batalha foi para as esquerdas e Filipe destruiu a onda com
seu backside para ganhar 8,33. Medina fez o mesmo com seu frontside,
finalizando com um aéreo muito alto que arrancou a maior nota do dia até ali,
9,00. Filipe ainda surfa outra direita boa, mas o 7,37 recebido não é
suficiente para vencer e Medina larga na frente na decisão do título por 16,30
a 15,70 pontos.
Na segunda bateria, Filipe pegou a primeira
onda, combinando aéreos com manobras de borda, para largar na frente com nota
7,83. Gabriel também começa numa direita, mas a esquerda que pegou depois foi
melhor. Ela formou as rampas para ele mandar dois aéreos de frontside, um logo
como primeira manobra, seguido por batidas e rasgadas, até voar de novo na finalização
e assumir a ponta com notas 8,50 e 6,33. Quando restavam 18 minutos, a bateria
foi interrompida com alerta de tubarões na área.
Os dois foram rapidamente resgatados pelos
jet-skies e aguardaram cerca de 10 minutos para recomeçar a batalha do título.
Medina pegou outra esquerda boa para voar e acertar um black flipp espetacular,
voltando na base. Ele comemora e manda mais três manobras para ganhar nota
9,03. Filipe responde numa direita, fazendo rasgadas e batidas muito fortes que
valem 8,53. Depois, não entrou mais ondas com potencial para Filipe reverter o
placar de 17,53 a 16,36 pontos e ele abraçou Medina, parabenizando-o pelo
tricampeonato.
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Gabriel Medina voando alto nas direitas de Trestles. |
Gabriel Medina falou um pouco sobre este novo
formato para definir o campeão mundial, que a World Surf League inaugurou no
Rip Curl WSL Finals: “Eu acho que a parte mental foi a mais difícil. Quando
você fica na frente dos outros no ranking, acha que já deveria ter ganhado o título,
mas vim aqui para surfar e se tiver que surfar mais para ganhar, eu vou surfar.
Eu trabalhei forte antes de vir para cá e se tivesse que surfar seis baterias,
eu estaria pronto para isso. É incrível ganhar o primeiro título disputado
assim, especialmente com o Filipe (Toledo), que para mim é o melhor surfista
nestas ondas de Trestles”.
Filipe logo chega para dar mais um abraço em
Medina durante a entrevista e o tricampeão segue falando, emocionado: “Ele
(Filipe) me deu os parabéns lá dentro e fora d´água também e a verdade é que
sempre há muito respeito entre todos nós. Algumas pessoas pensam que somos
rivais e até pode ser dentro d´água, mas eu respeito todo mundo. O Filipe, o
Italo e todos que estão no Tour, são bons o suficiente para vencer também e eu
aprendi que tem que respeitar a todos. A gente viaja pelo mundo inteiro e,
mentalmente e emocionalmente, isso é muito difícil, então a gente se apoia com
amor e amizade entre nós”.
Essa foi a segunda decisão de título mundial
consecutiva entre dois brasileiros. A primeira foi em 2019, quando Medina
tentava um inédito bicampeonato consecutivo, mas perdeu a final do Billabong
Pipe Masters para Italo Ferreira, que ganhou seu primeiro troféu de melhor
surfista do mundo. O potiguar era até favorito para repetir este confronto,
depois de se tornar o primeiro medalha de ouro da história do surfe nas
Olimpíadas e por ter ficado em segundo lugar no ranking das sete etapas do
World Surf League Championship Tour 2021.
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Filipe Toledo terminou com inédito vice mundial em sua carreira. |
Semifinal
brasileira –
Filipe tinha confirmado uma decisão brasileira quando barrou o californiano
Conner Coffin na segunda bateria masculina do dia. Ele só conseguiu surfar duas
ondas nos 35 minutos do confronto e foi preciso na escolha, para vencer por
16,57 a 14,33 pontos. Na semifinal contra Italo Ferreira, ele já mandou um
aéreo na primeira onda e começou com nota 7,33, contra 5,17 do potiguar. A
segunda onda do Italo foi maior e abriu para fazer uma série de batidas,
rasgadas e até um floater de backside, enquanto Filipe usa sua variedade de
manobras de borda progressivas e inovadoras.
As notas foram parecidas, 7,27 para o Italo e
7,07 para o Filipe, com o campeão mundial precisando de 7,14 para vencer.
Filipe mostra seu arsenal em mais uma boa direita, iniciando com uma batida forte,
seguida por rasgadas jogando a rabeta e finaliza com um rock´n roll slide,
manobra inspirada no skate. Ele troca o 7,07 por 8,50 e abre 8,56 pontos de
vantagem nos 10 minutos finais. Filipe ainda pega outra direita para fazer dois
ataques muito fortes no pocket da onda e recebe 7,47, já garantindo um inédito
vice-campeonato mundial, com a classificação para a decisão do título, por
15,97 a 12,44.
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Italo Ferreira terminou em terceiro lugar no Rip Curl WSL Finals. |
Conquista
inédita –
Na categoria feminina, Tatiana Weston-Webb também confirmou um vice-campeonato
inédito para ela, quando venceu sua primeira bateria no Rip Curl WSL Finals,
contra a número 3 do ranking 2021 da World Surf League, Sally Fitzgibbons. A
gaúcha igualou o feito de outras duas brasileiras, Jacqueline Silva em 2002 e
Silvana Lima em 2008 e 2009, mas tentou o primeiro título mundial do Brasil
entre as mulheres. Ela começou bem, ganhando a primeira da melhor de três
baterias contra Carissa Moore.
A havaiana logo achou uma direita que abriu uma
longa parede para fazer uma série de manobras de frontside que valeram 8,33.
Tatiana depois mostrou a potência do seu backside, com batidas verticais e
rasgadas jogando água, para receber notas 7,33 e 6,93 em duas ondas seguidas.
Com elas, assumiu a liderança e no último minuto destruiu mais uma onda boa,
que valeu 7,87 para confirmar a vitória por 15,20 a 14,06 pontos da número 1 do
ranking.
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Tatiana Weston-Webb mostrando a potência do seu backside em Trestles.
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“Depois dessa bateria, vim caminhando na areia
com uma crise de ansiedade, pensando que ia perder o título, mas, por sorte,
tenho uma equipe muito boa e recebi grande apoio da minha família, amigos e
especialmente meu marido. Ele olhou para mim e falou: se tem alguém que pode
conseguir reverter isso, é você! Isso me tranquilizou”, contou Carissa Moore,
já no pódio do Rip Curl WSL Finals, para receber o seu quinto troféu de campeã
mundial.
Virada na
decisão –
Ela entrou mais concentrada na segunda bateria, quando Tatiana Weston-Webb já
poderia conquistar o inédito título do Brasil. A havaiana abriu a bateria com
uma onda muito boa, atacando forte os pontos mais críticos com seu frontside
poderoso, para ganhar 8,93 dos juízes. A primeira da brasileira foi boa também
e valeu 7,93, mas a havaiana logo responde com 7,67 para manter uma segura
vantagem de mais de 8 pontos. Tati tentou a vitória no último minuto e
conseguiu um 7,67. Mas, a havaiana já tinha somado 8,33 na última dela e venceu
por 17,26 a 15,60 pontos, levando a decisão do título para a terceira bateria.
O tira-teima começou após 15 minutos, devido a
um novo alerta sobre nova presença de tubarões na área do evento. Carissa
começou melhor de novo, numa onda que rendeu duas manobras fortes que valeram
nota 7,00. A havaiana logo surfa muito bem outra direita boa para somar uma
nota 8,00, até Tatiana conseguir mostrar a potência do seu backside agressivo,
com batidas verticais, para entrar na briga do título com sua maior nota do
dia, 8,03.
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Carissa Moore conquistando o pentacampeonato de virada em Trestles. |
Só que a havaiana massacra mais uma longa
direita com uma série incrível de manobras de borda abrindo leques de água,
para receber 8,60. Com essa nota, Tatiana teria que conseguir quase isso para
vencer, 8,58 pontos. Faltando 2 minutos, a brasileira pega a onda da virada,
que abre um paredão para ela atacar com um batidão de cabeça pra baixo, emendar
uma rasgada e fazer outra manobra forte na junção. Só que ela acaba caindo
nessa finalização e a havaiana conquista o pentacampeonato por 16,60 a 14,20
pontos.
“Este ano foi incrível e essa foi a primeira
vez que eu ganhei o título dentro d´água, competindo, então foi mais especial
ainda por isso”, disse Carissa Moore. “O início foi meio assustador para mim
hoje aqui, não foi do jeito que eu gostaria e, sem dúvidas, este novo formato
gerou mais pressão e muito estresse. Mas, foi bom ter outras quatro ótimas
surfistas aqui que respeito muito, a Stephanie (Gilmore), a Sally
(Fitzgibbons), a Johanne (Defay) e a Tati (Tatiana Weston-Webb). Elas são muito
talentosas, dedicadas, resilientes e quero dar os parabéns para todas,
especialmente para a Tati, que fez uma batalha incrível comigo”.
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Os campeões mundiais com o CEO da World Surf League, Erik Logan. |
RIP CURL WSL FINALS – DECISÃO DOS TÍTULOS
MUNDIAIS DE 2021:
DECISÃO DO TÍTULO MASCULINO:
Campeão: Gabriel Medina (BRA) com 17,53 pontos
– notas 9,03+8,50
Vice-campeão: Filipe Toledo (BRA) com 16,36
pontos – notas 8,53+7,83
1ª) decisão: Gabriel Medina (BRA) 16,30 x 15,70
Filipe Toledo (BRA)
3ª) bateria: Filipe Toledo (BRA) 15,97 x 12,44
Italo Ferreira (BRA)
2ª) bateria: Filipe Toledo (BRA) 16,57 x 14,33
Conner Coffin (EUA)
1ª) bateria: Conner Coffin (EUA) 15,00 x 9,84
Morgan Cibilic (AUS)
DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:
Campeã: Carissa Moore (HAV) por 16,60 pontos –
notas 8,60+8,00
Vice-campeã: Tatiana Weston-Webb (BRA) com
14,20 pontos – 8,03+6,17
2ª) decisão: Carissa Moore (HAV) 17,26 x 15,60
Tatiana Weston-Webb (BRA)
1ª) decisão: Tatiana Weston-Webb (BRA) 15,20 x
14,06 Carissa Moore (HAV)
3ª) bateria: Tatiana Weston-Webb (BRA) 13.17 x
11.73 Sally Fitzgibbons (AUS)
2ª) bateria: Sally Fitzgibbons (AUS) 11.33 x
6.66 Johanne Defay (FRA)
1ª) bateria: Johanne Defay (FRA) 12.17 x 6.70
Stephanie Gilmore (AUS)
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