Gabriel
Medina fechou a terça-feira de tubos fantásticos com os recordes do Tahiti Pro
e Adriano de Souza, Jadson André e Caio Ibelli também venceram os dois desafios
para as quartas de final.
Medina fechou a terça de tubos com os recordes do Tahiti Pro. |
Colaboração
de texto: João Carvalho/©WSL
Os
brasileiros comandaram o espetáculo nos tubos incríveis de Teahupoo, em mais um
dia épico para ficar marcado na história do World Surf League Championship
Tour. As ondas foram subindo durante a terça-feira, com as séries passando dos
10 pés para o show dos melhores surfistas do mundo na bancada de corais mais
perigosa do mundo. Entre os oito que passaram para as quartas de final do
Tahiti Pro Teahupo´o apresentado pela Hurley, metade é do Brasil, como o
defensor do título do maior desafio da temporada, Gabriel Medina. Ele fechou o
dia com o primeiro tubaço nota 10 e o recorde de pontos, 19,23. Os outros
brasileiros que também ganharam notas acima de 9 na terça-feira para seguir na
briga do título, foram Adriano de Souza, Jadson André e Caio Ibelli, que conquistou
a última vaga do dia com o segundo maior placar do campeonato, 18,64 de 20
possíveis.
Já
fazia alguns anos que Teahupo´o não mostrava toda a potência da bancada que
produz tubos tão espetaculares, como os muitos surfados durante todo o dia.
Algumas baterias foram privilegiadas por acontecerem nos melhores momentos do
mar, mas teve tubos para todos surfarem na maioria. Mesmo utilizando o sistema
“overlapping heats”, ou seja, duas baterias de dois competidores cada sendo
disputadas simultaneamente, com os surfistas da que começou primeiro, tendo a
prioridade de escolher as ondas durante a primeira metade do tempo estipulado
de 46 minutos para cada confronto na terça-feira.
Caio Ibelli mandou bem nos tubos e está nas quartas. |
Em
cinco participações, o bicampeão mundial decidiu quatro títulos, ganhou dois e
na outra ficou em terceiro lugar nas semifinais. No fim do dia, ele enfrentou o
recordista absoluto da terceira fase pela manhã, Griffin Colapinto, só surfou
duas ondas e foram dois tubaços incríveis para totalizar 19,23 pontos de 20
possíveis com a primeira nota 10, unânime dos cinco juízes, do ano em Teahupoo.
Medina foi cirúrgico contra o californiano, pois não havia conseguido ondas
assim de manhã, quando derrotou o havaiano Ezekiel Lau, por 14,03 a 10,00
pontos.
“Foi
uma ótima bateria com o Griffin (Colapinto) e me sinto abençoado em conseguir
surfar ondas assim para ganhar um 9 e pouco e o primeiro 10 do campeonato”,
disse Gabriel Medina. “Eu estive esperando por este momento o ano todo, eu amo
este campeonato, especialmente quando as ondas estão assim, com esses tubos
incríveis. É para isso que eu vivo, indo para as esquerdas e me arriscando para
fazer meu máximo”.
Toledo assumiu a lycra amarela, mas parou nas oitavas. |
Com
o tropeço do americano Kolohe Andino, que perdeu na terceira fase para o
taitiano campeão da triagem, Kauli Vaast, Medina segue com chance de assumir a
liderança do ranking com uma terceira vitória no Tahiti Pro. Filipe Toledo já
tirou a lycra amarela do Jeep Leaderboard do californiano, mas parou nas
oitavas de final e deixou viva a possibilidade para Medina. Ele vai disputar a terceira
vaga para as semifinais com o mesmo Jeremy Flores que o derrotou na decisão de
2015 em Teahupoo, impedindo seu bicampeonato consecutivo.
“Acho
que amanhã (quarta-feira) será outro grande dia”, disse Gabriel Medina. “Estou
com o Jeremy (Flores), que é um dos melhores do mundo nessa onda, então vai ser
difícil enfrentar ele. Espero que tenhamos ondas assim para que nós dois
possamos aproveitar. Eu estou animado e confiante em conseguir um bom resultado
aqui, que será realmente importante pro restante do ano”.
O paulista Deivid Silva parou em Jadson André. |
Os
outros três brasileiros também vão enfrentar surfistas de outros países nas
quartas de final. O potiguar Jadson André ganhou a primeira bateria da
terça-feira despachando o ex-número 5 do ranking, Kanoa Igarashi. Depois, foi o
primeiro a passar para as quartas de final batendo os recordes de Griffin
Colapinto na terceira fase, no terceiro duelo brasileiro do dia, com o paulista
Deivid Silva. Jadson pegou um tubo atrás do outro e o melhor valeu 9,73 para
totalizar 18,23 pontos. As marcas do californiano eram 9,50 e 18,10 pontos.
“Eu
sempre falei que o Taiti é o meu lugar preferido no mundo. Eu dediquei muito
tempo surfando aqui já, então sinto que conheço a bancada muito bem”, disse
Jadson André. “Não tanto como o Michel (Bourez), o Matahi (Drollet), o Kauli
(Vaast, também taitiano), mas sinto que meu conhecimento aqui é melhor do que
meus resultados e essa bateria com o Deivid (Silva) mostrou isso. Não lembro da
última vez que cheguei nas quartas de final no CT, também não lembro a última
vez que consegui notas 9 e 8 na mesma bateria, então é tudo muito especial e
estou muito feliz. É importante continuar focado nesse campeonato”.
Jadson André vai abrir o último dia para chegar às semifinais. |
Assim
como na terça-feira, Jadson também vai abrir o último dia, disputando a
primeira vaga para as semifinais com Owen Wright. O australiano fez uma bateria
brilhante para bater o taitiano Michel Bourez com um novo recorde de 18,50
pontos, somando notas 9,67 e 8,83 em dois tubaços seguidos. Ele superou os
pontos de Jadson, mas não a nota 9,73. Na segunda quarta de final, o campeão
mundial Adriano de Souza enfrenta um dos concorrentes de Filipe Toledo na briga
pela ponta do ranking, Jordy Smith. O sul-africano ultrapassa Filipe se chegar
na final, mas Mineirinho está confiante, depois da terça-feira mágica que viveu
em Teahupoo.
Duelo brasileiro – Ele foi o primeiro a
se destacar com os primeiros recordes do dia na bateria brasileira com Italo
Ferreira. O potiguar dominava o duelo com uma apresentação impressionante,
surfando um tubo atrás do outro e tirando as maiores notas do evento até ali,
8,00, 8,83, outro 8,00. Mineirinho só reagiu nos minutos finais, entrando na
briga num tubão 8,70 e depois em outro bem mais profundo que saiu na baforada
com 9,17, a primeira nota acima de 9. Com ela, virou o placar para 17,87 a 16,83,
tirando Italo Ferreira da briga pela ponta do ranking no Taiti. Depois, Adriano
surfou bons tubos de novo contra o francês Joan Duru para vencer fácil por
17,50 a 9,27 pontos, somando notas 8,90 e 8,60.
Italo Ferreira tá fora da briga pela ponta do ranking no Taiti. |
As
marcas de Mineirinho na terceira fase só foram batidas pelo californiano
Griffin Colapinto, que conseguiu uma nota 9,50 e totalizar 18,10 pontos na
vitória sobre o australiano Ryan Callinan. Mas, novos recordes foram
registrados nas oitavas de final, desde a primeira bateria, quando Jadson André
derrotou Deivid Silva por 18,23 pontos com um tubo nota 9,73. Na disputa
seguinte, Owen Wright atingiu 18,50, depois o francês Jeremy Flores aumentou a
maior nota para 9,93, antes de Medina bater todos os recordes com o primeiro 10
e 19,23 pontos. E na última bateria do dia, Caio Ibelli ainda fez o segundo
maior placar, 18,64.
Novo líder – Caio vai fechar as
quartas de final com o havaiano Seth Moniz, logo após a reedição da final de
2015, entre Gabriel Medina e Jeremy Flores. Seth Moniz barrou o novo líder do
ranking, Filipe Toledo, que não conseguiu pegar boas ondas na bateria, enquanto
o havaiano achou um tubaço nota 9,57 para selar a vitória. Filipe tinha
assumido a ponta quando venceu o duelo brasileiro com Jessé Mendes, depois de
Kolohe Andino ser eliminado. A briga entre os dois era fase a fase e Filipe
avançou uma a mais para passar à frente.
Jessé Mendes perdeu para Felipe Toledo. |
No
entanto, com a derrota em nono lugar, dois surfistas ainda podem lhe tirar a
lycra amarela do Jeep Leaderboard no último dia do Tahiti Pro. O sul-africano
Jordy Smith, adversário de Adriano de Souza, precisa chegar na final para
superar a pontuação atual do Filipe. Já para Gabriel Medina, só interessa a
vitória, ou seja, ele precisa ser campeão em Teahupoo pela terceira vez para
assumir a ponta na corrida pelo tricampeonato mundial no Taiti, desde que a
decisão do título não seja contra Jordy Smith, senão o sul-africano ficará na
frente.
Eliminados – Filipe Toledo terminou
em nono lugar no Tahiti Pro, como Deivid Silva, ambos marcando 3.320 pontos no
ranking e recebendo 14.100 dólares de prêmio. Outros cinco brasileiros perderam
na terceira fase e ficaram com 1.330 pontos e 10.500 dólares, Italo Ferreira
eliminado por Adriano de Souza, Willian Cardoso pelo francês Joan Duru, Yago
Dora por Julian Wilson, Jessé Mendes por Filipe Toledo e Peterson Crisanto por
Seth Moniz. Depois do desafio nos tubos de Teahupoo, eles se preparam agora
para competir nas ondas mais tranquilas e perfeitas da piscina do Surf Ranch,
no Freshwater Pro em setembro na Califórnia.
A
primeira chamada para o último dia do Tahiti Pro apresentado pela Hurley será
as 7h00 da quarta-feira na Polinésia Francesa, 14h00 no Brasil, com transmissão
ao vivo dos tubos de Teahupoo pelo www.worldsurfleague.com e pelo Facebook
Live, pelo aplicativo da World Surf League e pelo canal ESPN. Este evento está
sendo disputado com as cores das lycras de competição diferentes das outras
etapas, com cores cítricas lembrando as dos corais fluorescentes que alertam
sobre a degradação e a necessidade de preservação dos corais em todo o mundo.
QUARTAS DE FINAL DO
TAHITI PRO:
1ª)
Owen Wright (AUS) x Jadson André (BRA)
2ª)
Jordy Smith (AFR) x Adriano de Souza (BRA)
3ª)
Gabriel Medina (BRA) x Jeremy Flores (FRA)
4ª)
Seth Moniz (HAV) x Caio Ibelli (BRA)
RESULTADOS DA
TERÇA-FEIRA EM TEAHUPOO:
OITAVAS DE FINAL – 17º lugar com 3.320
pontos e US$ 14.100:
1ª)
Jadson André (BRA) 18.23 x 11.84 Deivid Silva (BRA)
2ª)
Owen Wright (AUS) 18.50 x 18.10 Michel Bourez (TAH)
3ª)
Adriano de Souza (BRA) 17.50 x 9.27 Joan Duru (FRA)
4ª)
Jordy Smith (AFR) 13.54 x 10.83 Julian Wilson (AUS)
5ª)
Jeremy Flores (FRA) 15.76 x 13.66 Kauli Vaast (TAH)
6ª)
Gabriel Medina (BRA) 19.23 x 15.43 Griffin Colapinto (EUA)
7ª)
Seth Moniz (HAV) 16.40 x 6.17 Filipe Toledo (BRA)
8ª)
Caio Ibelli (BRA) 18.64 x 15.83 Jack Freestone (AUS)
TERCEIRA FASE – Vitória=Oitavas de
Final / 17º lugar com 1.330 pontos e US$ 10.500:
1ª)
Jadson André (BRA) 12.16 x 9.00 Kanoa Igarashi (JPN)
2ª)
Deivid Silva (BRA) 10.10 x 9.34 Adrian Buchan (AUS) (FRA) 14.67 x 1.43 Willian
Cardoso (BRA)
7ª)
Jordy Smith (AFR) 13.20 x 7.74 Ricardo Christie (NZL)
8ª)
Julian Wilson (AUS) 14.57 x 5.27 Yago Dora (BRA)
9ª)
Kauli Vaast (TAH) 14.50 x 12.16 Kolohe Andino (EUA)
10)
Jeremy Flores (FRA) 10.27 x 8.74 Wade Carmichael (AUS)
11)
Griffin Colapinto (EUA) 18.10 x 14.07 Ryan Callinan (AUS)
12)
Gabriel Medina (BRA) 14.03 x 10.00 Ezekiel Lau (HAV)
13)
Filipe Toledo (BRA) 12.00 x 11.07 Jessé Mendes (BRA)
14)
Seth Moniz (HAV) 14.67 x 9.66 Peterson Crisanto (BRA)
15)
Caio Ibelli (BRA) 17.73 x 16.96 Conner Coffin (EUA)
16)
Jack Freestone (AUS) 17.17 x 14.20 Kelly Slater (EUA)
Postar um comentário