Um
novo formato de competição será implantado neste ano nas etapas do World Surf
League Championship Tour que pela primeira vez terá igualdade nas premiações e
classificação para as Olimpíadas.
Em 2020, Medina quer ir para as Olimpíadas. |
Colaboração
de texto: João Carvalho/©WSL
Depois
de confirmar que o World Surf League Championship Tour 2019 será o primeiro da
história com premiações iguais para homens e mulheres, mais uma novidade foi
anunciada para este ano no formato de competição das etapas que decidem os
títulos mundiais. Elas continuarão sendo disputadas por 36 surfistas na
categoria masculina, 18 na feminina e voltarão a ter a fase das oitavas de
final com confrontos diretos entre dois atletas. Além disso, os resultados
deste ano também serão classificatórios para as Olimpíadas de Tóquio.
O
novo formato será inaugurado já na etapa de abertura da temporada 2019, o
Quiksilver Pro e o Boost Mobile Pro na Gold Coast, que começa no dia 3 de abril
na Austrália. As principais mudanças foram nas primeiras fases dos eventos. A
quarta rodada masculina e a terceira feminina passarão a ter oito baterias, ou
seja, é o retorno das oitavas de final para as duas categorias no World Surf
League Championship Tour.
Com as mudanças, poderá ter duas baterias simultâneas. |
“Buscando
sempre continuar evoluindo e melhorando todas as áreas do esporte, fizemos
importantes atualizações no formato de competição das etapas do Championship
Tour”, disse a CEO da WSL, Sophie Goldschmidt. “Nosso objetivo é elevar ainda
mais os níveis de desempenho e mentais dos atletas, ao mesmo tempo visando um
maior envolvimento dos fãs. Acreditamos que os confrontos diretos do Round 3
irão gerar uma maior competitividade nos eventos, tornando o formato mais
atraente para os telespectadores e o público nas praias”.
As
novas atualizações no formato são uma continuação das aplicadas no ano passado,
quando foi eliminada a segunda repescagem dos eventos, ou a quinta fase
masculina e a quarta fase feminina. Agora, os confrontos diretos entre dois ou
duas atletas, vão começar na terceira rodada, seguindo assim em um avanço mais
linear até as finais. Além disso, com mais baterias de dois competidores (as),
facilita utilizar o sistema “dual heat” com duas baterias acontecendo
simultaneamente, proporcionando assim que os eventos tenham mais flexibilidade
para realizar a competição nas melhores ondas possíveis.
Com sete rodadas, novo formato do CT Masculino. |
Novo formato masculino:
- Primeira fase – continuará com doze
baterias de três atletas cada. A diferença é que os dois primeiros colocados
passarão a avançar direto para os confrontos homem a homem da terceira fase.
Antes, era só o vencedor das baterias. Os que ficarem em último lugar, terão
outra chance de classificação na segunda fase, ou repescagem.
- Segunda fase – os doze surfistas
que perderem em terceiro lugar na rodada inicial, serão divididos em quatro
baterias com três atletas novamente. Antes, eram doze baterias homem a homem na
repescagem. Assim como na primeira fase, os dois primeiros colocados avançam
para o Round 3 e os quatro que ficarem em último terminarão em 33.o lugar no
evento.
- Terceira fase – os 24 classificados
na primeira fase e os 8 que passaram pela segunda, serão divididos em 16
baterias homem a homem. Antes, eram 12 baterias com 24 surfistas nesta terceira
rodada, agora serão 32 em 16 baterias. Os vencedores avançam para a quarta
fase, ou oitavas de final, enquanto os perdedores são eliminados em 17.o lugar
no evento.
- Quarta fase – os 16 classificados
na terceira fase se enfrentam nas oito baterias da quarta fase, ou oitavas de
final. Os vencedores avançam para as quartas de final, com a competição
prosseguindo depois com as semifinais e grande final como era antigamente. Os
que perderem nesta quarta fase ficam empatados em nono lugar no evento.
Com seis rodadas, novo formato do CT Feminino. |
Novo formato feminino:
- Primeira fase – continuará com seis
baterias de três atletas cada. A diferença é que as duas primeiras colocadas
passarão a avançar direto para a terceira fase, que na categoria feminina, já
serão as oitavas de final. Antes, era só a vencedora das baterias. As que
ficarem em último lugar, terão outra chance de classificação na segunda fase,
ou repescagem.
- Segunda fase – as seis surfistas
que perderem em terceiro lugar na rodada inicial, serão divididas em duas
baterias com três atletas em cada novamente. Antes, essa repescagem tinha seis
baterias com duas surfistas. Assim como na primeira fase, as duas melhores em
cada avançam para o Round 3 e as duas últimas colocadas terminarão em 17.o
lugar no evento.
- Terceira fase – as 12 classificadas
na primeira fase e as 4 que passarem pela segunda, serão divididas em oito
baterias na terceira fase, que para as meninas já será oitavas de final. Antes,
eram 4 baterias de 3 atletas nesta terceira rodada. As vencedoras avançam para
as quartas de final, enquanto as perdedoras são eliminadas em nono lugar no
evento.
Classificação para as
olimpíadas no CT 2019
O
World Surf League Championship Tour 2019 será o principal caminho para os
melhores surfistas do mundo conseguirem se classificar para os Jogos Olímpicos
de Tóquio 2020. O ranking mundial no final da temporada determinará 18 das 40
vagas para as Olimpíadas, dez homens e oito mulheres. Os outros 22 serão
selecionados em dois eventos organizados pela International Surfing Association
(ISA), os Jogos Pan-Americanos de 2019 em Lima no Peru e o ISA Surfing Games de
2020.
As
dezoito vagas do WSL CT têm uma condição a ser cumprida, de que um país não
poderá classificar mais de dois atletas por gênero, masculino e feminino. Isso
significa que, por exemplo, se a Austrália qualificar três atletas, apenas dois
poderão ir para as Olimpíadas e a outra vaga ficará para o próximo surfista de
um país diferente mais bem colocado.
Após
o encerramento da temporada no Havaí, o ranking mundial da World Surf League
apontará os 18 primeiros classificados para representar seus países na estreia
do surfe valendo medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Todos os atletas
terão que atender aos requisitos de elegibilidade da ISA e do COI (Comitê
Olímpico Internacional), além dos seus respectivos Comitês Olímpicos Nacionais.
Prêmios iguais para
homens e mulheres no WSL CT
Em
setembro do ano passado, a World Surf League anunciou a igualdade na premiação
dos homens e mulheres nos eventos organizadores diretamente pela Liga, como o
Championship Tour e outros que decidem os títulos mundiais, tornando-se a
primeira liga esportiva global sediada nos Estados Unidos a fazer isso. É uma
iniciativa que vinha sendo tratado como meta de longo prazo, que ganhou vida
depois que nova organização da WSL assumiu em 2013. A igualdade na premiação
foi inaugurada no Jaws Challenge 2018/2019, que aconteceu em novembro passado
no Havaí, também já sendo implantada na primeira etapa do Circuito Mundial de
Longboard, o Noosa Longboard Open na Austrállia, onde a brasileira Chloé Calmon
foi campeã recebendo o mesmo valor do vencedor da categoria masculina.
Agora,
o Boost Mobile Pro na Gold Coast será a primeira etapa feminina do World Surf
League Championship Tour 2019, com as mulheres recebendo a mesma premiação oferecida
para os homens no Quiksilver Pro. A igualdade está confirmada em todas as
etapas do CT este ano e dos próximos também. A etapa de abertura da temporada
2019 vai acontecer entre os dias 3 e 13 de abril na Austrália e na Gold Coast
também será lançado um programa global de compromisso para as meninas, o
“Rising Tides – WSL Girls Program”, que oferecerá clínicas de surfe em cada
parada do CT feminino, uma iniciativa para inspirar as próximos gerações a
surfar e competir no Circuito Mundial.
Em
2019, também terá a continuação do programa “Pioneers”, que celebra as lendas
do surfe feminino com uma campanha de marketing internacional para destacar as
competidoras, visando aumentar a audiência dos eventos e o engajamento de fãs.
Uma série de outras ativações para fortalecer o surfe feminino serão anunciadas
nos próximos meses.
Todas
as etapas do World Surf League Championship Tour continuarão sendo transmitidas
ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo Facebook da WSL.
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