Filipe Toledo ficou em segundo lugar na segunda
vitória seguida de Medina e a sétima do Brasil nas oito etapas do World Surf
League Championship Tour 2018 completadas na Califórnia.
Medina consegue a sétima do Brasil nas oito etapas do WSL em 2018. |
Colaboração
de texto: João Carvalho/©WSL
Colaboração
de foto: Cestari/Rowland/ ©WSL
O Brasil segue fazendo história com mais um feito
inédito no World Surf League Championship Tour 2018. Os brasileiros comandaram
o show na primeira etapa disputada nas ondas perfeitas criadas por Kelly Slater
em Lemoore, no deserto da Califórnia. Gabriel Medina foi o campeão do Surf
Ranch Pro e Filipe Toledo ficou em segundo lugar na sétima vitória brasileira
consecutiva nas oito etapas da temporada. Foi a segunda seguida de Medina, que
diminui a vantagem de Filipe na briga pelo título mundial e agora vem as duas
provas da “perna europeia” que ele venceu no ano passado, em outubro na França
e em Portugal.
Felipe Toledo e Gabriel Medina foram os melhores na piscina de Slater. |
“Foi incrível ganhar de novo, especialmente aqui no
Surf Ranch, nesse evento com um formato diferente, muito legal, e também foi
bom para ficar mais perto do Filipe (Toledo)”, disse Gabriel Medina. “O Filipe
é muito perigoso, provavelmente o melhor no Surf Ranch, por isso a vitória foi
ainda mais especial. Estou muito feliz porque surfei do jeito que eu tinha
planejado e deu tudo certo. É totalmente diferente você surfar no mar, mas foi
muito legal o evento. Acho que é a melhor onda de alta performance que já
surfamos e é bom sentir que estamos no mesmo nível dos outros caras. Temos mais
três eventos pela frente para fechar o ano e espero seguir neste ritmo até o
fim”.
No formato especialmente criado para o Surf Ranch
Pro, com cada competidor tendo três chances de pegar uma esquerda e uma
direita, para computar a maior nota surfando de frontside e de backside, os
dois melhores do Qualifying festejaram os títulos no domingo, Gabriel Medina e
Carissa Moore. A havaiana também foi imbatível na piscina, igualmente deixando
a líder do ranking, Stephanie Gilmore, em segundo lugar. Gabriel e Filipe
centralizaram a batalha final desde a primeira apresentação de cada um, com
Medina sempre sendo o último a entrar por ter feito a melhor campanha nas fases
classificatórias.
Na melhor onda do evento, Toledo executou três aéreos para tirar 9,80. |
Ele viu o japonês Kanoa Igarashi largar na frente e
logo Filipe assumir a ponta com seu arsenal de manobras modernas e progressivas
na direita, surfando longos tubos e finalizando com um aéreo para ganhar 8,33 e
totalizar 15,16 pontos. Medina falhou na esquerda, mas arrebentou a direita
ficando bem profundo nos dois tubos e também fechando a onda com um aéreo para
tirar 8,73 e começar em terceiro lugar na primeira rodada.
Na segunda volta, o outro brasileiro no domingo decisivo,
Miguel Pupo, conseguiu a maior nota nas esquerdas até ali. Mas, o 8,13 não foi
suficiente para entrar na briga do título e Pupo terminou em quinto lugar no
Surf Ranch Pro, seu melhor resultado substituindo os tops contundidos esse ano.
Já Filipe Toledo levantou a torcida na onda que arrancou a maior nota do Surf
Ranch Pro – 9,80 – com seu ataque aéreo na direita. Foram três, mandando dois
incríveis alley-oops nas saídas dos tubos para aumentar a vantagem na
liderança. Mas, ainda tinha uma nota baixa na esquerda, 6,83, para trocar na
última volta.
Medina voando em um aéreo incrível na finalização da onda, que valeu 8,53. |
Chances
iguais – Medina também tinha falhado em sua primeira
esquerda e já recuperou na segunda chance, manobrando forte e voando em um
aéreo incrível na finalização da onda, que valeu 8,53. Com ela, atingiu 17,26
pontos, superando os 16,63 de Filipe e a batalha do título ficou para a rodada
final. Só que alguns surfistas reclamaram da qualidade das suas esquerdas,
então para oferecer condições iguais para todos, os comissários da WSL
decidiram dar uma chance extra para os oito pegarem mais uma esquerda antes da
última volta.
Bom para Filipe Toledo, que ganhou mais uma
oportunidade para trocar o 6,83 da sua primeira onda. Mas, ele não conseguiu e
quem primeiro aproveitou foi o japonês Kanoa Igarashi, que tinha caído para o
grupo dos quintos colocados no evento e recuperou o terceiro lugar no geral com
uma nota 7,60. Só que quem acabou lucrando, mesmo sem precisar, foi Gabriel
Medina. Ele arrebentou de novo e mandou um kerrupt fantástico para fechar sua
esquerda extra, trocando o 8,53 por 9,13 e subindo seu placar para 17,86
pontos.
Filipe Toledo não foi bem nas esquerdas, mas foi o melhor nas direitas. |
Com 9,80 já garantido na direita, Filipe teria que
arriscar tudo na esquerda para vencer e até aumentou sua nota para 7,23, mas
precisava de um pouco mais e encerrou sua participação com 17,03 pontos. Restou
então a expectativa pelas últimas voltas de Kanoa Igarashi e do australiano
Julian Wilson, que também não conseguiram superar os brasileiros e Medina foi
consagrado campeão antes mesmo de entrar na piscina para surfar suas últimas
ondas.
“Eu cometi alguns erros durante todo o evento e se
eu tivesse surfado melhor as esquerdas, poderia estar em primeiro lugar agora”,
admitiu Filipe Toledo. “Mas, estou muito feliz por ter feito parte desse evento
incrível. Esta é uma nova Era do surfe e só tenho que agradecer todos os fãs
que vieram aqui e torceram bastante para a gente. Foi um grande evento e é
sempre assustador competir contra esses caras. Eles estão entre os top-5 por
alguma razão, mas sigo tentando me concentrar apenas em mim mesmo, em fazer meu
trabalho bem feito para manter uma boa distância deles”.
Entre os homens, o Brasil domina o surf mundial. |
Só
dá Brasil – A enorme torcida que lotou o Surf Ranch no domingo
parecia ser toda verde-amarela, pela grande quantidade de bandeiras do Brasil
sendo tremuladas numa vibração incrível por Medina e Filipe. Foi mais uma prova
do domínio antes inimaginável na temporada 2018 do World Surf League
Championship Tour. São impressionantes sete etapas seguidas terminando com
vitórias brasileiras nas oito disputadas este ano. Só a primeira foi vencida
por um australiano, Julian Wilson. Depois, só deu Brasil.
A série invicta começou com o potiguar Italo
Ferreira badalando o emblemático sino do troféu de campeão do Rip Curl Pro
Bells Beach, após ganhar a bateria que marcou a despedida do tricampeão mundial
Mick Fanning na casa dele na Austrália. Depois veio o segundo título de Filipe
Toledo no Rio Pro em Saquarema e na Indonésia foram mais duas vitórias
seguidas, com Italo Ferreira de novo nas direitas de Keramas e do novato na
elite, Willian Cardoso, nas esquerdas de Uluwatu, batendo na final o líder do
ranking naquele momento, Julian Wilson.
Na Europa, Stephanie e Filipe continuam co a lycra amarela. |
Filipe Toledo assumiu de vez a lycra amarela com o
bicampeonato consecutivo nas direitas geladas de Jeffreys Bay, na África do
Sul. Ele se mantem na frente até agora, mesmo com a aproximação fulminante de
Gabriel Medina nesta segunda metade da temporada. O campeão mundial de 2014
venceu duas seguidas, o Tahiti Pro Teahupoo e o Surf Ranch Pro neste domingo.
Na perna europeia, ele vai defender o título no Pro France, onde já fez cinco
finais e ganhou três, depois no Pro Portugal em Peniche também. Os dois eventos
acontecem entre os dias 03 e 27 de outubro.
Briga
do título – A grande vantagem que Filipe Toledo tinha
construído, caiu agora para 4.100 pontos. Assim como no Surf Ranch Pro, Medina
é o único que poderá lhe tirar a lycra amarela na próxima etapa. Mas, só
consegue ultrapassar os atuais 49.785 pontos de Filipe se chegar nas quartas de
final do Pro France. Se Filipe passar uma bateria em Hossegor, Medina já
precisará ser semifinalista. Filipe se garante na ponta se também passar para
as semifinais, mesmo que Medina vença o evento outra vez.
A havaiana Carissa Moore foi a melhor no rancho de Slater. |
Com o australiano Julian Wilson ficando mais
distante, a batalha do título nestas três últimas etapas do ano fica cada vez
mais centralizada em Filipe Toledo e Gabriel Medina. O potiguar Italo Ferreira
terminou em 13º no Surf Ranch Pro e segue em quarto no ranking, mas já está
quase 20.000 pontos do líder. Além dele, mais quatro brasileiros estão no grupo
dos 22 primeiros que permanece na elite do CT para o ano que vem, o catarinense
Willian Cardoso em 12º lugar, o cearense Michael Rodrigues em 16º, o campeão
mundial Adriano de Souza em 18º e o mais jovem da “seleção canarinho”, o
catarinense Yago Dora, em 21º.
RESULTADO FINAL DO SURF RANCH PRO:
---------campeão=10.000 pontos e vice=7.800 pontos:
01) 17,86 – Gabriel Medina (BRA) com 9,13=E e 8,73=D
02) 17,03 – Filipe Toledo (BRA) com 7,23=E e 9,80=D
---------os 2 que ficaram em 3º lugar com 6.085
pontos:
03) 16,27 – Kelly Slater (EUA) com 7,67=E e 8,60=D
04) 15,77 – Kanoa Igarashi (JPN) com 7,60=E e 8,17=D
---------os 4 que ficaram em 5º lugar com 4.745
pontos:
05) 15,40 – Owen Wright (AUS) com 7,43=E e 7,97=D
06) 15,37 – Julian Wilson (AUS) com 6,57=E e 8,80=D
07) 15,07 – Sebastian Zietz (HAV) com 7,17=E e
7,90=D
08) 12,96 – Miguel Pupo (BRA) com 8,13=E e 4,83=D
RESULTADO FINAL DO FEMININO:
---------campeã=10.000 pontos e vice=7.800 pontos:
01) 17,80 – Carissa Moore (HAV) com 8,60=E e 9,20=D
02) 16,70 – Stephanie Gilmore (AUS) com 7,83=E e
8,87=D
---------as 2 que ficaram em 3º lugar com 6.085
pontos:
03) 16,57 – Lakey Peterson (EUA) com 8,37=E e 8,20=D
04) 14,77 – Caroline Marks (EUA) com 7,40=E e 7,37=D
TOP-22 DO JEEP LEADERBOARD – RANKING WSL 2018 – após
8 etapas:
01) Filipe Toledo (BRA) – 49.785 pontos
02) Gabriel Medina (BRA) – 45.685
03) Julian Wilson (AUS) – 37.125
04) Italo Ferreira (BRA) – 31.825
05) Owen Wright (AUS) – 29.485
06) Jordy Smith (AFR) – 27.275
07) Wade Carmichael (AUS) – 26.970
08) Kolohe Andino (EUA) – 24.690
09) Kanoa Igarashi (JPN) – 24.530
10) Michel Bourez (TAH) – 24.370
11) Mikey Wright (AUS) – 22.530
12) Willian Cardoso (BRA) – 22.245
13) Jeremy Flores (FRA) – 21.610
14) Conner Coffin (EUA) – 21.060
15) Griffin Colapinto (EUA) – 20.365
16) Michael Rodrigues (BRA) – 20.270
17) Adrian Buchan (AUS) – 19.000
18) Adriano de Souza (BRA) – 18.180
19) Ezekiel Lau (HAV) – 17.875
20) Sebastian Zietz (HAV) – 17.780
21) Yago Dora (BRA) – 16.735
22) Frederico Morais (PRT) – 15.945
--------outros brasileiros:
23) Tomas Hermes (BRA) – 14.005 pontos
28) Jessé Mendes (BRA) – 10.375
31) Ian Gouveia (BRA) – 9.130
33) Miguel Pupo (BRA) – 8.090
37) Wiggolly Dantas (BRA) – 4.170
38) Caio Ibelli (BRA) – 3.360
39) Alejo Muniz (BRA) – 1.665
43) Deivid Silva (BRA) – 420
TOP-10 DO JEEP LEADERBOARD FEMININO – 8 etapas:
1ª) Stephanie Gilmore (AUS) – 61.175 pontos
2ª) Lakey Peterson (EUA) – 54.260
3ª) Tatiana Weston-Webb (BRA) – 41.415
4ª) Carissa Moore (HAV) – 41.235
5ª) Caroline Marks (EUA) – 37.000
6ª) Johanne Defay (FRA) – 36.540
7ª) Sally Fitzgibbons (AUS) – 32.270
8ª) Nikki Van Dijk (AUS) – 29.270
9ª) Tyler Wright (AUS) – 28.970
10ª) Coco Ho (HAV) – 26.305
11ª) Silvana Lima (BRA) – 25.915
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