A
única chance é repetir a vitória do ano passado em Portugal, mas a
decisão do título vai para o Havaí se Filipe Toledo passar da terceira fase ou
Julian Wilson chegar nas semifinais.
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Gabriel Medina precisa repetir a vitória em Portuga e secar Toledo e Wilson. |
Colaboração
de texto: João Carvalho/©WSL
Colaboração
de foto: Poullenot/Masurel/ ©WSL
O
campeão do World Surf League Championship Tour 2018 pode ser definido na
penúltima etapa da temporada, que começou nesta terça (16) em Portugal. O único
com chance é o novo líder do ranking, Gabriel Medina, que precisa repetir a
vitória no MEO Rip Curl Pro do ano passado para conseguir seu segundo título
mundial por antecipação. Mas, a decisão vai para o Havaí se, antes da final em
Portugal, Filipe Toledo ter passado pela terceira fase ou Julian Wilson ter
chegado nas semifinais. Medina e Julian estrearam com vitórias na terça-feira,
mas Filipe teve que passar pela repescagem e surfou o melhor tubo do dia em
Supertubos para se classificar. Se vencer mais uma bateria, já adia a decisão
do título para Pipeline.
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O catarinense Tomas Hermes mandou Toledo para repescagem. |
Essa
disputa centralizou as atenções no primeiro dia do Pro Portugal, que terminou
com oito brasileiros classificados para a terceira fase. Gabriel Medina estreou
com a lycra amarela com vitória, logo após o ex-líder Filipe Toledo ser mandado
para a repescagem pelo catarinense Tomas Hermes. O potiguar Italo Ferreira, o
pernambucano Ian Gouveia e o paulista Jessé Mendes, também ganharam suas
primeiras baterias em Supertubos e passaram direto para a terceira fase.
Depois,
foi realizada a metade da primeira rodada eliminatória e mais três aproveitaram
a segunda chance de classificação. Filipe Toledo venceu o primeiro duelo
verde-amarelo da repescagem com o convidado, Samuel Pupo. O catarinense Willian
Cardoso bateu o havaiano Keanu Asing com o maior placar brasileiro do dia,
14,50 pontos. E o cearense Michael Rodrigues derrotou Miguel Pupo na bateria
brasileira que fechou a terça em Portugal. As condições estavam difíceis para
competir nas ondas pesadas de 6-8 pés em Supertubos, com a maioria fechando
rápido, sem abrir tubos mais longos ou paredes para manobras.
Gabriel
Medina ainda conseguiu achar um tubo que valeu nota 6,67, que somou com o 6,50
de outra direita que deu para fazer dois ataques com força e velocidade, para
vencer sua bateria por 13,17 pontos. A novidade do Brasil no Pro Portugal
estreou junto com ele e Samuel Pupo foi até melhor do que o outro top da
bateria, deixando o americano Patrick Gudauskas em último lugar. Foi a primeira
vez que Medina competiu com a lycra amarela esse ano e ele ainda defende o
título da etapa portuguesa.
“É
muito bom estar vestindo a camisa amarela novamente”, disse Gabriel Medina, que
recebeu grande apoio da torcida que encheu a praia na terça. “Foi uma bateria
muito difícil, então optei em ir em várias ondas e estou feliz por ter
conseguido vencer. É ótimo estar de volta a Portugal e é incrível ver todo esse
carinho e apoio do público aqui. Eles me fazem sentir como se estivesse
surfando em casa e isso é muito bom”.
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O tubaço que Filipe Toledo surfou na sua bateria na repescagem. |
O
australiano Julian Wilson já havia passado bem a sua bateria, somando notas
7,50 e 7,00 no placar de 14,50 pontos que só foram superados pelos 14,77 do
japonês Kanoa Igarashi, no penúltimo confronto da primeira fase. A maior nota
era o 8,00 recebido por Griffin Colapinto, que não impediu sua derrota para o
também americano Conner Coffin. Essa marca só foi ultrapassada no tubaço que
Filipe Toledo surfou logo no início da sua bateria na repescagem e valeu 8,17.
Foi realmente um achado, porque depois não entrou mais nada de onda boa, mas
ele acabou vencendo fácil o duelo com o jovem Samuel Pupo por 12,67 a 5,03.
“Eu
tive uma derrota difícil de engolir esta manhã e ainda está difícil encontrar
uma onda boa lá fora”, destacou Filipe Toledo. “Eu peguei aquele tubo salvador
bem no início da bateria e demorei mais de 15 minutos para encontrar um backup
(segunda nota computada). Mas, estou feliz por ter conseguido vencer, mas foi
difícil competir aqui hoje (terça). Não dá para fazer uma estratégia quando seu
adversário fica tão longe de você no mar, então fiquei apenas esperando que
viesse uma onda para pegar outro tubo. Não veio, mas pequei uma para fazer
manobras que valeram também a vitória que eu precisava”.
Assim
como na França, Filipe teve que passar pela repescagem em Portugal e segue na
disputa pela liderança do ranking com Gabriel Medina, que é fase a fase, ou
seja, ele precisa ficar à frente para recuperar a lycra amarela. Ambos já
ganharam a etapa portuguesa, assim como o outro concorrente ao título, Julian
Wilson, que ficou em segundo na final contra Medina no ano passado. A vitória
de Filipe foi numa decisão brasileira com Italo Ferreira, que foi o primeiro a
vencer na terça em Supertubos.
Primeiras vitórias – O potiguar de Baía
Formosa estreou junto com o paulista Wiggolly Dantas e pegou as melhores ondas
que entraram para também derrotar o português Frederico Morais por 10,94
pontos. Italo está em quarto lugar no ranking, já ganhou duas etapas esse ano,
porém não tem mais chances matemáticas de brigar pelo título mundial. Depois
dele, começaram a estrear os três concorrentes que estão à sua frente.
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Miguel Pupo terminou na 25ª colocação e faturou 10 mil Dólares. |
O
australiano Julian Wilson confirmou o favoritismo, mas Filipe Toledo foi batido
pelo catarinense Tomas Hermes por uma pequena diferença de 10,50 a 9,56 pontos
nas duas notas computadas. Gabriel Medina venceu a dele com Samuel Pupo, com
seu irmão mais velho, Miguel Pupo, também ficando em segundo lugar contra dois
australianos no confronto seguinte. Ambos depois foram eliminados nos dois
duelos brasileiros da repescagem e ficaram em 25º lugar, recebendo 10.000
dólares pelas participações.
O
Brasil ainda conseguiu mais duas vitórias na primeira fase. O pernambucano Ian
Gouveia mostrou mais uma vez ser bom de tubos e achou alguns para derrotar o
californiano Kolohe Andino e o francês Jeremy Flores por 11,50 pontos. Na
disputa seguinte, entraram dois e o paulista Jessé Mendes foi um pouco melhor,
superando o catarinense Willian Cardoso por 8,83 a 7,03 e os apenas 2,54 do
havaiano Sebastian Zietz. Já o campeão mundial Adriano de Souza e Michael Rodrigues
ficaram em último nas baterias que fecharam a primeira fase.
Eliminatórias – Os comissários da
World Surf League analisaram que as condições do mar ainda estavam
satisfatórias na tarde da terça e confirmaram a continuação do evento com seis
baterias da repescagem fechando o primeiro dia. Foi uma decisão difícil, pois
um concorrente ao título mundial estava na primeira eliminatóri. Mas, Filipe
Toledo achou o melhor tubo do dia logo no início e seguiu em frente.
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Willian Cardoso achou boas ondas para mostrar a potência do seu surfe. |
Na
terceira bateria, veio a primeira baixa do Brasil, o paulista Wiggolly Dantas,
derrotado pelo californiano Kolohe Andino por 12,33 a 9,73. Na quarta, Willian
Cardoso achou boas ondas para mostrar a potência do seu surfe em ondas pesadas
como as de Supertubos. Ele aproveitou a última chance de passar para a terceira
fase somando notas 7,83 e 6,67 no maior placar brasileiro do primeiro dia,
14,50 pontos, contra 9,67 do havaiano Keanu Asing. No confronto verde-amarelo
que fechou a terça-feira, o paulista Miguel Pupo largou na frente, mas o
cearense Michael Rodrigues se recuperou no final para vencer por 13,00 a 10,10
pontos.
Oito
brasileiros já passaram para a terceira fase e o único que já sabe quem vai
enfrentar é o líder do ranking, Gabriel Medina. E a parada será dura, contra o
mesmo Ryan Callinan que barrou Filipe Toledo na terceira fase na França e
terminou como vice. O australiano está competindo na “perna europeia” com
convite da World Surf League, pelo segundo lugar que ocupa no ranking do WSL
Qualifying Series, liderado pelo japonês da elite, Kanoa Igarashi.
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Adriano de Souza vai tentar se recuperar na repescagem. |
Chamada na madrugada – A repescagem deve
continuar nesta quarta e a primeira chamada para a sétima bateria, do campeão
mundial Adriano de Souza com o francês Joan Duru, foi marcada para as 7h45 em
Portugal, 3h45 da madrugada no Brasil. Além de Mineirinho, apenas mais um
brasileiro ainda pode chegar na terceira fase, o catarinense Yago Dora, que vai
fechar a repescagem com o português Frederico Morais. Os dois ocupam as últimas
posições no grupo dos 22 primeiros colocados no ranking que são mantidos na
elite dos top-34 para o World Surf League Championship Tour do ano que vem.
Eles
já se enfrentaram nesta mesma segunda fase na etapa passada na França e o
brasileiro levou a melhor, se mantendo em 21º lugar no G-22. Logo abaixo deles,
está Tomas Hermes em 24º e que já passou direto para a terceira fase,
derrotando Filipe Toledo na terça. O pernambucano Ian Gouveia e o paulista
Jessé Mendes, empatados em trigésimo lugar, também tentam entrar na zona de
classificação para o CT 2019 nesta reta final da temporada e estrearam com
vitórias em Portugal, como Tomas Hermes.
PRO
PORTUGAL – Vitória=Terceira Fase e 2º e 3º=Segunda Fase:
1ª)
1-Ryan Callinan (AUS)=9.53, 2-Ezekiel Lau (HAV)=9.00, 3-Owen Wright (AUS)=6.50
2ª)
1-Jordy Smith (AFR)=9.73, 2-Yago Dora (BRA)=5.57, 3-Keanu Asing (HAV)=4.54
3ª)
1-Italo Ferreira (BRA)=10.94, 2-Frederico Morais (PRT)=6.20, 3-Wiggolly Dantas
(BRA)=4.43
4ª)
1-Julian Wilson (AUS)=14.50, 2-Connor O´Leary (AUS)=12.00, Vasco Ribeiro
(PRT)=9.47
5ª)
1-Tomas Hermes (BRA)=10.50, 2-Filipe Toledo (BRA)=9.56, 3-Miguel Blanco
(PRT)=4.17
6ª)
1-Gabriel Medina (BRA)=13.17, 2-Samuel Pupo (BRA)=6.03, 3-Patrick Gudauskas
(EUA)=4.77
7ª)
1-Adrian Buchan (AUS)=9.10, 2-Miguel Pupo (BRA)=8.30, 3-Wade Carmichael
(AUS)=5.80
8ª)
1-Conner Coffin (EUA)=12.16, 2-Griffin Colapinto (EUA)=10.17, 3-Joan Duru
(FRA)=3.17
9ª)
1-Ian Gouveia (BRA)=11.50, 2-Kolohe Andino (EUA)=5.76, 3-Jeremy Flores
(FRA)=1.80
10)
1-Jessé Mendes (BRA)=8.83, 2-Willian Cardoso (BRA)=7.03, 3-Sebastian Zietz
(HAV)=2.54
11)
1-Kanoa Igarashi (JPN)=14.77, 2-Matt Wilkinson (AUS)=6.77, 3-Adriano de Souza
(BRA)=6.17
12)
1-Michel Bourez (TAH)=10.47, 2-Michael February (AFR)=6.73, 3-Michael Rodrigues
(BRA)=1.67
SEGUNDA
FASE – Derrota=25º lugar com 420 pontos e US$ 10.000:
1ª)
Filipe Toledo (BRA) 12.67 x 5.03 Samuel Pupo (BRA)
2ª)
Owen Wright (AUS) 9.33 x 7.73 Miguel Blanco (PRT)
3ª)
Wade Carmichael (AUS) 8.03 x 7.90 Vasco Ribeiro (PRT)
4ª)
Kolohe Andino (EUA) 12.33 x 9.73 Wiggolly Dantas (BRA)
5ª)
Willian Cardoso (BRA) 14.50 x 9.67 Keanu Asing (HAV)
6ª)
Michael Rodrigues (BRA) 13.00 x 10.10 Miguel Pupo (BRA)
---------ficaram
para abrir a quarta-feira:
7ª)
Adriano de Souza (BRA) x Joan Duru (FRA)
8ª)
Sebastian Zietz (HAV) x Matt Wilkinson (AUS)
9ª)
Jeremy Flores (FRA) x Michael February (AFR)
10)
Griffin Colapinto (EUA) x Patrick Gudauskas (EUA)
11)
Ezekiel Lau (HAV) x Connor O´Leary (AUS)
12)
Yago Dora (BRA) x Frederico Morais (PRT)
TOP-22
DO JEEP LEADERBOARD – RANKING WSL 2018 – após 9 etapas:
01)
Gabriel Medina (BRA) – 51.770 pontos
02)
Filipe Toledo (BRA) – 51.450
03)
Julian Wilson (AUS) – 47.125
04)
Italo Ferreira (BRA) – 33.940
05)
Jordy Smith (AFR) – 32.020
06)
Owen Wright (AUS) – 29.905
07)
Wade Carmichael (AUS) – 27.930
08)
Mikey Wright (AUS) – 27.275
09)
Conner Coffin (EUA) – 27.145
10)
Kolohe Andino (EUA) – 26.355
11)
Willian Cardoso (BRA) – 25.945
12)
Kanoa Igarashi (JPN) – 24.950
13)
Michel Bourez (TAH) – 24.790
14)
Michael Rodrigues (BRA) – 23.970
15)
Adriano de Souza (BRA) – 22.925
16)
Sebastian Zietz (HAV) – 22.525
17)
Jeremy Flores (FRA) – 22.030
17)
Griffin Colapinto (EUA) – 22.030
19)
Adrian Buchan (AUS) – 20.665
20)
Ezekiel Lau (HAV) – 19.540
21)
Yago Dora (BRA) – 18.400
22)
Frederico Morais (PRT) – 16.365
--------outros
brasileiros:
24)
Tomas Hermes (BRA) – 14.425 pontos
30)
Ian Gouveia (BRA) – 10.975
30)
Jessé Mendes (BRA) – 10.975
35)
Miguel Pupo (BRA) – 8.510
38)
Wiggolly Dantas (BRA) – 5.835
39)
Caio Ibelli (BRA) – 3.780
40)
Alejo Muniz (BRA) – 1.665
44)
Deivid Silva (BRA) – 420
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