Tubarões faz WSL cancelar Margaret River Pro 2018

A World Surf League decidiu visar a segurança dos atletas em primeiro lugar para interromper a continuação do evento que estava na terceira fase masculina e nas quartas de final femininas.

WSL interrompeu o evento devido á presença de tubarões próximos.
Colaboração de texto e foto: João Carvalho/©WSL

A continuação do Margaret River Pro foi cancelada pela World Surf League na quarta (18), visando a segurança dos atletas pelo alto risco da presença de tubarões nesta semana na costa ocidental da Austrália. A terceira etapa do World Surf League Championship Tour tinha prazo até domingo para ser finalizada, mas todos os surfistas concordaram com a decisão. Os 24 que iam disputar a terceira fase, terminaram em 13º lugar somando 1.665 pontos no ranking, enquanto as oito classificadas para as quartas de final na segunda-feira, ficaram empatadas em quinto lugar com 4.745 pontos.

Na manhã da quarta, a CEO da WSL, Sophie Goldschmidt, emitiu um comunicado aos surfistas, informando sobre o cancelamento do restante do Margaret River Pro, terceira etapa do WSL Championship Tour 2018. O motivo principal é preservar a segurança dos surfistas, devido à combinação única e excepcional que está acontecendo em Western Australia (costa ocidental da Austrália) nesta semana, aumentando a presença de tubarões na região.

Na sequência da onda dá para ver melhor o tubarão.
“A WSL coloca a segurança em primeiro lugar”, escreveu Sophie Goldschmidt. “O surfe é um esporte com várias formas de risco, o único praticado onde os animais selvagens habitam nosso local de desempenho. Os tubarões são uma realidade ocasional das competições da WSL e do surfe em geral. Todos no nosso esporte sabem disso. Houve incidentes no passado, é possível que haja no futuro, que não chegaram ao cancelamento de um evento do CT. No entanto, as circunstâncias atuais são muito incomuns e preocupantes, então decidimos que o alto risco durante o Margaret River Pro esse ano ultrapassou o limite do aceitável”.

Depois de dois incidentes distintos ocorridos na vizinha Gracetown, na segunda (16), aproximadamente 6 Km de distância de Main Break, palco principal do Margaret River Pro, a WSL acionou todos os seus protocolos de segurança, promovendo reuniões com todos os responsáveis e envolvidos nas últimas 48 horas, antes de tomar a decisão de cancelar a continuação do evento. Os organizadores não descartam a possibilidade de completar o campeonato em outro lugar durante esta temporada ainda.

“A segurança é nossa maior prioridade e essa é a decisão certa a ser tomada, devido a todas as circunstâncias”, disse o comissário da WSL, Kieren Perrow. “Analisamos a situação de perto, falamos com os atletas, a Water Safety, as autoridades locais, analisamos o máximo de informações possível. Margaret River é um lugar fantástico do mundo, mas a presença de tubarões ativamente agressivos e baleias encalhadas neste período, nos convenceram de que este era o caminho correto a seguir”.

“Os tubarões são algo com que vamos sempre ter que lidar toda vez que surfamos e nós aceitamos esse risco”, disse Adrian Buchan, representante dos surfistas. “Devido as carcaças de baleias mortas, vários ataques foram registrados e estão aumentando, então eu apoio totalmente a decisão da WSL de colocar a segurança dos surfistas em primeiro lugar. Essa região ocidental da Austrália é um dos meus lugares favoritos e parte desse fascínio é a beleza selvagem e a sensação de estar perto da Natureza. Agradecemos o carinho da comunidade local e esperamos voltar em breve”.

“É uma decisão realmente difícil, já que os surfistas adoram vir aqui”, disse Sage Erickson, top do CT e representante das surfistas da elite. “É um lugar lindo, as ondas são incríveis e toda a comunidade apoia bastante o surfe profissional. Mas, a situação nesta temporada está realmente desafiadora e várias surfistas não se sentem seguras. Eu sei que não é uma decisão fácil, mas nós realmente aprovamos pela quantidade de informações e incidentes que ocorreram”.

Oi Rio Pro – Com o cancelamento, a disputa pela liderança na corrida pelos títulos mundiais que seria travada em Margaret River, fica para a etapa brasileira, o Oi Rio Pro, que será disputado entre os dias 11 e 20 de maio em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Assim como na última prova da “perna australiana”, dois surfistas vão competir com a lycra amarela do Jeep Leaderboard na Praia de Itaúna, o potiguar Italo Ferreira e o australiano Julian Wilson, por estarem empatados em primeiro lugar no ranking. No feminino, Stephanie Gilmore permaneceu na frente e também vai vestir a lycra amarela no Oi Rio Pro.


QUARTAS DE FINAL – oito empatadas em 5º lugar com 4.745 pontos:
1ª) Carissa Moore (HAV) x Tatiana Weston-Webb (HAV)
2ª) Stephanie Gilmore (AUS) x Bronte Macaulay (AUS)
3ª) Johanne Defay (FRA) x Nikki Van Dijk (AUS)
4ª) Tyler Wright (AUS) x Lakey Peterson (EUA)
TERCEIRA FASE – 24 empatados em 13º lugar com 1.665 pontos:
1ª) Owen Wright (AUS) x Keanu Asing (HAV)
2ª) Kolohe Andino (EUA) x Jessé Mendes (BRA)
3ª) Jordy Smith (AFR) x Michael February (AFR)
4ª) Italo Ferreira (BRA) x Michael Rodrigues (BRA)
5ª) Sebastian Zietz (HAV) x Conner Coffin (EUA)
6ª) Julian Wilson (AUS) x Kael Walsh (AUS)
7ª) Gabriel Medina (BRA) x Jack Robinson (AUS)
8ª) Michel Bourez (TAH) x Connor O´Leary (AUS)
9ª) Adriano de Souza (BRA) x Willian Cardoso (BRA)
10ª) Filipe Toledo (BRA) x Yago Dora (BRA)
11ª) Joel Parkinson (AUS) x Joan Duru (FRA)
12ª) John John Florence (HAV) x Mikey Wright (AUS)
TOP-22 DO JEEP LEADERBOARD – RANKING WSL 2018 – após a 3ª etapa:
01) Julian Wilson (AUS) – 13.330 pontos
01) Italo Ferreira (BRA) – 13.330 pontos
03) Mick Fanning (AUS) – 11.500
04) Owen Wright (AUS) – 11.155
04) Michel Bourez (TAH) – 11.155
06) Adrian Buchan (AUS) – 9.885
07) Gabriel Medina (BRA) – 9.415
08) Griffin Colapinto (EUA) – 8.170
09) Filipe Toledo (BRA) – 8.075
10) Adriano de Souza (BRA) – 7.030
10) Conner Coffin (EUA) – 7.030
12) Tomas Hermes (BRA) – 6.925
12) Patrick Gudauskas (EUA) – 6.925
14) Frederico Morais (PRT) – 6.830
14) Michael Rodrigues (BRA) – 6.830
16) Jeremy Flores (FRA) – 5.785
16) Wade Carmichael (AUS) – 5.785
18) Ezekiel Lau (HAV) – 5.585
19) Mikey Wright (AUS) – 5.365
20) Jordy Smith (AFR) – 4.995
20) Kolohe Andino (EUA) – 4.995
20) Joel Parkinson (AUS) – 4.995
20) Willian Cardoso (BRA) – 4.995
--------outros brasileiros:
26) Jessé Mendes (BRA) – 3.750 pontos
31) Yago Dora (BRA) – 2.505
36) Caio Ibelli (BRA) – 1.260
36) Ian Gouveia (BRA) – 1.260
39) Miguel Pupo (BRA) – 420
TOP-10 DO JEEP LEADERBOARD – RANKING WSL 2018 – 3 etapas:
01) Stephanie Gilmore (AUS) – 19.940 pontos
02) Lakey Peterson (EUA) – 17.830
03) Carissa Moore (HAV) – 14.235
04) Tatiana Weston-Webb (HAV) – 13.935
05) Caroline Marks (EUA) – 13.915
06) Tyler Wright (AUS) – 12.575
06) Johanne Defay (FRA) – 12.575
08) Nikki Van Dijk (AUS) – 10.880
09) Keely Andrew (AUS) – 10.580
10) Sally Fitzgibbons (AUS) – 10.560
10) Silvana Lima (BRA) – 10.560
10) Malia Manuel (HAV) – 10.560

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