O
paulista do Guarujá bateu todos os recordes do QS 6000 Vissla Sydney Surf Pro
na decisão do título com o catarinense Alejo Muniz na segunda vitória
consecutiva do Brasil em Manly Beach.
O paulista, Deivid Silva bateu todos os recordes do Vissla Surf Pro. |
Colaboração
de texto: João Carvalho/©WSL
Colaboração
de foto: Dunbar/Smith/ ©WSL
Uma
final verde-amarela fechou o segundo QS 6000 do ano na Austrália, com o
paulista Deivid Silva batendo todos os recordes do Vissla Sydney Surf Pro no
bicampeonato do Brasil nas ondas de Manly Beach. Ele repetiu a vitória de outro
surfista do Guarujá no ano passado, Jessé Mendes, com a única nota 10 do
campeonato numa onda em que acertou dois aéreos. Na decisão feminina, a
australiana Nikki Van Dijk impediu o bicampeonato consecutivo da havaiana Malia
Manuel em Manly Beach.
Deivid Silva chegou ao local mais alto do pódio em Sydnei. |
O
título valia a vice-liderança no ranking do WSL Qualifying Series, que segue
com o australiano Mikey Wright na frente e o catarinense Alejo Muniz em
terceiro lugar com o vice-campeonato em Sydney neste domingo. “Estou muito feliz
por ganhar este evento nesta praia cheia de brasileiros torcendo pra gente.
Foi
muito bom e me sinto honrado com essa vitória”, disse Deivid Silva, que saltou
da 139ª para a segunda posição no ranking com os 6.000 pontos da vitória na
Austrália. “Está sendo um bom começo de 2018 para mim e fazer a final com um
grande amigo como o Alejo (Muniz) foi um sentimento incrível. Esta foi a maior
vitória da minha vida até agora e estou muito contente em poder levar este
troféu de campeão para casa no Brasil”.
Para vencer, Deivid Silva passou por dois australianos na semifinal. |
Para
decidirem o título do QS 6000 Vissla Sydney Surf Pro, eles ganharam os dois
confrontos diretos com os australianos nas semifinais. Alejo Muniz despachou
Reef Heazlewood e Deivid Silva fez o mesmo contra Matt Banting, deixando-os
empatados em terceiro lugar. Na grande final, DVD, como Deivid Silva é
conhecido pelos amigos, deu um verdadeiro show nas ondinhas de meio metro de
altura do domingo em Manly Beach. Foi, simplesmente, a melhor apresentação de
todo o evento, apesar das difíceis condições do mar para competir.
“Mesmo
não vencendo, foi mais um bom resultado para começar bem o ano de 2018”, disse
Alejo Muniz. “Eu consegui um nono lugar em Newcastle (semana passada) e agora
ficar em segundo lugar fazendo a final com um grande amigo foi muito bom para
fechar essa perna australiana. Eu e o Deivid (Silva) nos conhecemos há muitos
anos, conheço toda a família dele, então não dá nem para ficar triste pela
derrota para um grande amigo como ele”.
Decisão brasileira – O paulista do Guarujá
realmente estava muito inspirado na grande final e dominou a bateria do início
ao fim. Ele largou na frente com nota 4,67 surfando de frontside numa esquerda
e logo conseguiu um 6,33 mostrando o seu backside numa direita. Isso antes de
Alejo Muniz surfar a primeira dele, que não foi boa e continuou falhando na
escolha, ao contrário do seu oponente, que parecia estar em melhor sintonia com
as séries.
Alejo Muniz foi o outro integrante da final brasileira. |
Deivid
acha uma esquerda com mais parede para detonar três batidas e rasgadas muito
fortes que tiraram nota 8,83 dos juízes, praticamente confirmando a vitória na
metade da bateria. Logo depois, Alejo enfim acha uma boa onda para jogar água
pra cima em duas manobras fortes de backside para tentar sair da “combination”
e consegue isso com a nota 6,27 recebida. Mesmo assim, ainda precisaria de uma
nota alta, 8,89 para superar os 15,16 pontos de Deivid Silva. O catarinense
repete o ataque de duas manobras fortes em outra esquerda e ganha 6,83,
diminuindo a diferença para 8,34 nos 10 minutos finais.
Mas,
foi a partir daí que Deivid começou a dar show nas ondinhas de Manly Beach. Com
a boa vantagem já garantida, ele passou a arriscar os aéreos e acertou todos em
três ondas seguidas. Na primeira, mandou um full-rotation de frontside para
trocar a nota 6,33 por 6,73. Na segunda, completou um aéreo reverse que valeu
7,17 e ainda pegou outra esquerda no minuto final para acertar dois aéreos, um
alley-oop e um full rotation, para sacramentar a vitória com a primeira nota 10
do Vissla Sydney Surf Pro. O placar terminou em 18,83 a 13,10 pontos.
O paulista Miguel Pupo perdeu o primeiro confronto Brasil x Austrália do dia. |
A
final verde-amarela coroou a ótima campanha tupiniquim nas ondas de Manly
Beach. Os brasileiros foram conquistando a maioria das vagas disputadas a cada
dia da competição e chegou no domingo com seis surfistas entre os oito
classificados para as quartas de final. O paulista Miguel Pupo perdeu o
primeiro confronto Brasil x Austrália do dia. Ele e Reef Heazlewood surfaram
uma onda boa cada um e a segunda nota computada decidiu a vitória do
australiano por 13,83 a 12,10 pontos.
Baterias brasileiras – Na segunda quarta de
final, o catarinense Alejo Muniz ganhou o primeiro duelo brasileiro do domingo
com o cearense Michael Rodrigues, que era o recordista absoluto do campeonato
até a apresentação fantástica de Deivid Silva na grande final. O novo top do CT
tirou a maior nota da bateria – 8,0 – e Alejo somou duas na casa dos 7 pontos
para vencer por 15,10 a 12,33. Mais dois brasileiros entraram no confronto
seguinte e Deivid Silva massacrou as ondinhas com manobras potentes de
frontside para derrotar o pernambucano Ian Gouveia por 14,84 a 8,00 pontos com
nota 8,67 em sua melhor onda.
Depois
das duas baterias brasileiras, o paranaense Peterson Crisanto enfrentou o
australiano Matt Banting e ficou muito perto da vitória no final. Quando
restavam apenas 3 minutos para o término, ele achou uma esquerda que abriu uma
longa parede para ele fazer uma série de seis manobras de backside até cravar
as quilhas na areia. Ele precisava de 7,63 pontos para vencer, mas ganhou nota
6,77 e o australiano venceu por 12,30 a 11,44 pontos.
Brasil X Austrália – Os australianos
igualaram a vantagem brasileira nas semifinais, mas Alejo Muniz não deu
qualquer chance para Reef Heazlewood na primeira bateria. O catarinense começou
forte, destruindo uma boa esquerda com uma série de batidas e rasgadas de
backside para começar com nota 8,5. Depois, surfou mais duas boas ondas na casa
dos 7 pontos para despachar o australiano por 16,43 a 13,77 pontos.
Na
outra bateria, Deivid Silva também atropelou Matt Banting para confirmar a
decisão brasileira no QS 6000 Vissla Sydney Surf Pro. Curiosamente, ele igualou
o placar de Alejo Muniz no outro desafio Brasil x Austrália das semifinais,
16,43 pontos, somando notas 8,33 e 8,10 contra os 12,43 pontos das duas ondas
computadas por Banting. Mesmo com as derrotas, o terceiro lugar foi suficiente
para os dois australianos entrarem no grupo dos dez surfistas que o WSL
Qualifying Series indica para a elite dos top-34 que disputa o Championship
Tour.
Novidades no G-10 – Matt Banting subiu da
31.a para a sexta posição na classificação geral das onze etapas completadas no
domingo em Sydney e Reef Heazlewood da 69.a para a nona colocação. Os outros
dois que ingressaram no G-10 foram os finalistas do Vissla Sydney Surf Pro. A
batalha final valia a vice-liderança no ranking e ela ficou com Deivid Silva,
que chegou nesta etapa em 139.o lugar. Já Alejo Muniz subiu da 36.a para a
terceira posição com os 4.500 pontos do vice-campeonato.
Outros
brasileiros chegaram a figurar no G-10 durante a semana, mas saíram da lista no
último dia. Dois deles estão na porta de entrada, Miguel Pupo em 11.o lugar e o
12.o é o cearense Michael Rodrigues, que vai estrear no CT esse ano. O potiguar
Jadson André está em 14.o e o pernambucano Ian Gouveia em 15.o lugar. A próxima
etapa com status QS 6000 como as duas seguidas que aconteceram na Austrália,
será nos dias 21 a 26 de maio no Japão, o Ichinomiya Chiba Open, que no ano
passado foi vencido por Jessé Mendes, como em Sydney.
QS 6000 Feminino – Na competição
feminina, a brasileira Silvana Lima foi barrada logo no segundo confronto do
dia. A cearense vinha batendo recordes a cada dia, mas não achou boas ondas nas
difíceis condições do mar do domingo e foi batida pela neozelandesa Paige Hareb
por um baixo placar de 11,80 a 9,23 pontos. Silvana terminou em quinto lugar no
QS 6000 Sydney Women´s Surf Pro e subiu da 14.a para a 11.a posição no ranking
do QS.
Nikki Van Dijk ganhou o duelo australiano com Keely Andrew. |
Nas
semifinais, Nikki Van Dijk ganhou o duelo australiano com Keely Andrew e a
havaiana Malia Manuel confirmou a passagem para sua segunda final consecutiva
em Sydney por uma pequena vantagem de 9,63 a 9,17 pontos sobre Paige Hareb. A
decisão do título foi bem disputada, ambas acharam boas ondas para surfar e a
nota 8,0 da melhor apresentação de Nikki Van Dijk acabou decidindo a vitória
para a australiana. Com o 6,53 da sua segunda melhor onda, ela superou as notas
7,10 e 7,00 de Malia Manuel no placar encerrado em 14,53 a 14,10 pontos, com a
havaiana ficando muito perto do bicampeonato em Sydney.
“Foi
uma semana muito divertida e estou feliz por vencer esse evento outra vez”,
disse Nikki Van Dijk, que foi campeã desta etapa em 2016. “Competir contra a
Malia (Manuel) é sempre muito difícil, então eu sabia que teria que fazer meu
melhor em cada onda para supera-la. Eu venci esse evento dois anos atrás e a
Malia ganhou no ano passado, então hoje era um tira-teima e tinha uma
rivalidade dentro d´água. Estou feliz pela vitória, vou comemorar agora, mas já
estou ansiosa para que o CT comece logo na semana que vem em Snapper Rocks”.
Mais
informações, notícias, fotos, vídeos e todos os resultados das etapas do QS
6000 masculina e feminina do Vissla Sydney Surf Pro podem ser acessados na
página do evento no www.worldsurfleague.com que transmitiu toda a competição ao
vivo da Austrália.
RESULTADOS
DO ÚLTIMO DIA DO QS 6000 VISSLA SYDNEY SURF PRO:
Campeão:
Deivid Silva (BRA) por 18,83 pontos (10,0+8,83) – US$ 25.000 e 6.000 pontos
Vice-campeão:
Alejo Muniz (BRA) com 13,10 pontos (6,83+6,27) – US$ 12.000 e 4.500 pontos
SEMIFINAIS
– 3º lugar com 3.550 pontos e US$ 5.500 de prêmio:
1ª)
Alejo Muniz (BRA) 16.43 x 13.77 Reef Heazlewood (AUS)
2ª)
Deivid Silva (BRA) 16.43 x 12.43 Matt Banting (AUS)
QUARTAS
DE FINAL – 5º lugar com 2.650 pontos e US$ 3.000 de prêmio:
1ª)
Reef Heazlewood (AUS) 13.83 x 12.10 Miguel Pupo (BRA)
2ª)
Alejo Muniz (BRA) 15.10 x 12.33 Michael Rodrigues (BRA)
3ª)
Deivid Silva (BRA) 14.84 x 8.00 Ian Gouveia (BRA)
4ª)
Matt Banting (AUS) 12.30 x 11.44 Peterson Crisanto (BRA)
RESULTADOS
DO ÚLTIMO DIA DO QS 6000 SYDNEY WOMEN´S SURF PRO:
Campeã:
Nikki Van Dijk (AUS) por 14,53 pontos (8,00+6,53) – US$ 10.000 e 6.000 pontos
Vice-campeã:
Malia Manuel (HAV) com 14,10 pontos (7,10+7,00) – US$ 5.000 e 4.500 pontos
SEMIFINAIS
– 3º lugar com 3.550 pontos e US$ 2.500 de prêmio:
1ª)
Nikki Van Dijk (AUS) 14.34 x 11.33 Keely Andrew (AUS)
2ª)
Malia Manuel (HAV) 9.63 x 9.17 Paige Hareb (NZL)
QUARTAS
DE FINAL – 5º lugar com 2.650 pontos e US$ 1.750 de prêmio:
--------últimos
resultados do sábado:
1ª)
Keely Andrew (AUS) 12.57 x 11.33 Macy Callaghan (AUS)
2ª)
Nikki Van Dijk (AUS) 11.67 x 10.54 Bronte Macaulay (AUS)
--------baterias
que abriram o domingo:
3ª)
Malia Manuel (HAV) 11.03 x 8.06 Caroline Marks (EUA)
4ª)
Paige Hareb (NZL) 11.80 x 9.23 Silvana Lima (BRA)
G-10
DO WSL QUALIFYING SERIES 2018 – 11 etapas:
01)
Mikey Wright (AUS) – 8.105 pontos
02)
Deivid Silva (BRA) – 6.650
03)
Alejo Muniz (BRA) – 6.050
04)
Barron Mamiya (HAV) – 5.755
05)
Evan Geiselman (EUA) – 5.750
06)
Matt Banting (AUS) – 5.160
07)
Matthew McGillivray (AFR) – 4.880
08)
Joshua Moniz (HAV) – 4.750
09)
Reef Heazlewood (AUS) – 4.690
10)
Stu Kennedy (AUS) – 4.600
----------sul-americanos
até 100:
11)
Miguel Pupo (BRA) – 4.960 pontos
12)
Michael Rodrigues (BRA) – 4.200
14)
Jadson André (BRA) – 3.700
15)
Ian Gouveia (BRA) – 3.650
19)
Willian Cardoso (BRA) – 3.350
19)
Peterson Crisanto (BRA) – 3.350
26)
Wiggolly Dantas (BRA) – 2.600
31)
Rafael Teixeira (BRA) – 2.300
38)
Tomas Hermes (BRA) – 2.200
39)
Weslley Dantas (BRA) – 2.170
49)
Miguel Tudela (PER) – 1.900
51)
Lucca Mesinas (PER) – 1.820
55)
Alex Ribeiro (BRA) – 1.700
56)
Victor Bernardo (BRA) – 1.670
62)
Wesley Leite (BRA) – 1.579
68)
Lucas Silveira (BRA) – 1.430
69)
Bino Lopes (BRA) – 1.420
69)
Marco Giorgi (URU) – 1.420
71)
Manuel Selman (CHL) – 1.415
73)
Raoni Monteiro (BRA) – 1.400
79)
Marco Fernandez (BRA) – 1.325
79)
Robson Santos (BRA) – 1.325
85)
Jeronimo Vargas (BRA) – 1.255
92)
Alvaro Malpartida (PER) – 1.180
94)
Mateus Herdy (BRA) – 1.170
100)
Pedro Neves (BRA) – 1.120
107)
Samuel Pupo (BRA) – 1.070
G-6
DO WSL QUALIFYING SERIES 2018 – 8 etapas:
1ª)
Caroline Marks (EUA) – 10.200 pontos
2ª)
Coco Ho (HAV) – 8.600
3ª)
Malia Manuel (HAV) – 8.050
4ª)
Bronte Macaulay (AUS) – 7.800
5ª)
Keely Andrew (AUS) – 7.750
5ª)
Macy Callaghan (AUS) – 7.750
-----------sul-americanas
até 100:
11)
Silvana Lima (BRA) – 6.350 pontos
31)
Melanie Giunta (PER) – 2.750
37)
Dominic Barona (EQU) – 2.400
52)
Tainá Hinckel (BRA) – 1.858
61)
Josefina Ané (ARG) – 1.470
75)
Lucia Cosoleto (ARG) – 1.125
88)
Anne dos Santos (BRA) – 1.018
101)
Lorena Fica (CHL) – 700
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