Filipe
bateu o número 1 do Jeep WSL Leader e defensor do título do Hurley Pro, Jordy
Smith, depois de Silvana quebrar um jejum de 7 anos sem vitórias em etapas do
CT na World Surf League.
Filipe venceu o número 1 do Jeep WSL Leader, Jordy Smith. |
Colaboração
de texto: João Carvalho/©WSL
Colaboração
de foto: Rowland/Morris/ ©WSL
Só
deu Brasil na etapa norte-americana do World Surf League Championship Tour,
encerrada nesta sexta-feira em San Clemente, na Califórnia. A cearense Silvana
Lima continuou com seu surfe devastador em Lower Trestles para quebrar um longo
jejum de 7 anos sem vitórias em etapas do CT. Ela não deu qualquer chance para
Keely Andrew, derrotando a australiana na final do Swatch Pro com uma
“combination” de 17,60 pontos. Depois, Filipe Toledo se tornou o primeiro
surfista a vencer duas etapas esse ano, batendo o número 1 do Jeep WSL Leader e
defensor do título do Hurley Pro, Jordy Smith, também por uma larga vantagem de
15,67 a 9,80 pontos.
Os brasileiros Felipe Toledo e Silvana Lima no alto do pódio. |
As
condições do mar estavam bem difíceis para competir na sexta-feira, com poucas
ondas entrando nas baterias, inclusive nas duas decisões dos títulos. O
sul-africano só conseguiu surfar uma boa nos 35 minutos da grande final, que
valeu nota 9,0. Mas, Filipe Toledo já tinha garantido duas notas altas – 8,00 e
7,67 – com seu arsenal de manobras modernas e progressivas nas direitas de
Lower Trestles, para vingar a derrota sofrida para Jordy Smith nas semifinais
desta etapa no ano passado. Mesmo não conseguindo o bicampeonato, o
sul-africano aumentou a vantagem na dianteira da corrida pelo título mundial da
temporada e Filipe Toledo tirou a sétima posição no ranking de Gabriel Medina.
“Finalmente
consegui vencer aqui e este é um momento muito especial para mim”, disse Filipe
Toledo. “O Jordy (Smith) me bateu na semifinal do ano passado aqui, então é um
sentimento incrível poder ganhar dele na final agora. Quero agradecer todo esse
público que lotou a praia todos os dias para nos assistir e torcer para a gente
e a Deus também por todas as ondas que ele mandou para mim nas baterias. Definitivamente,
o título mundial é o meu principal objetivo e é realmente surpreendente eu ser
o único a ganhar dois eventos esse ano. A disputa do título está muito louca
esse ano e espero chegar na última etapa com chances de ser campeão lá no
Havaí”.
A
cearense Silvana Lima também comandou o show contra a jovem Keely Andrew, de
apenas 22 anos de idade, contra 32 de muita experiência da brasileira. Silvana
escolheu muito bem as ondas e pegou as melhores que entraram na bateria. Em
três seguidas, tirou notas 8,93, 7,17 e 8,67, com seu ataque feroz de frontside
nas direitas de Lower Trestles, variando batidas e rasgadas executadas com
muita pressão sem perder velocidade. Já Keely Andrew, que viveu seu melhor
momento derrotando a norte-americana Courtney Conlogue, vice-líder do ranking,
nas semifinais, não se achou na bateria e sua maior nota foi 6,00. A vitória de
Silvana Lima foi com uma sonora “combination” de 17,60 a 10,93 pontos e a
cearense faturou o prêmio máximo de 60.000 dólares oferecido para a categoria
feminina na World Surf League.
“Primeiramente
quero agradecer a todos vocês que vieram na praia. Eu estou na Lua agora e nem
acredito que venci o campeonato”, disse Silvana Lima. “Faz muito tempo que não
venço nenhuma etapa no CT, teve uma vitória especial em Bells (Austrália) e
agora aqui nesse lugar incrível, com altas ondas, parece uma pista de skate de
tão boas e perfeitas, então estou muito feliz, muito feliz mesmo. Essa prancha
que surfei aqui é mágica, andou muito bem em todas as baterias e só tenho que
agradecer a todos que torcem por mim, que acreditam em mim e é isso aí, estou
de volta ao pódio e espero que venham mais daqui pra frente”.
Invictos em Trestles – Filipe e Silvana foram
os únicos que não perderam nenhuma bateria em Lower Trestles esse ano, ou seja,
também venceram nas rodadas classificatórias sem precisar passar pelas
repescagens. Diferente de Silvana, Filipe competiu três vezes nas difíceis
condições do mar na sexta-feira em San Clemente, com ondas de 3-4 pés e longos
intervalos entre as séries. Mas, sempre entravam algumas boas e ele não
desperdiçava nenhuma chance para mostrar toda a potência e variedade das suas
manobras de borda e aéreas também.
Foi
assim na vitória contra o norte-americano Kanoa Igarashi por 15,26 a 11,10
pontos nas quartas de final, e contra o atual campeão mundial John John
Florence nas semifinais. Como Jordy Smith na decisão do título, o havaiano só
conseguiu surfar uma onda boa que rendeu nota 7,83. Já Filipe fez duas também
na casa dos 7 pontos para derrotar o vice-líder do Jeep WSL Ranking por 14,90 a
12,66 pontos. Na grande final, Filipe também largou na frente e dominou todo o
confronto com o sul-africano Jordy Smith, a quem já havia vencido nas quartas
de final da etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul, onde ele foi conquistou um
título inédito do Brasil nas direitas mais longas do World Surf League
Championship Tour.
“Eu
gostaria de ter tido mais ondas nessa bateria, mas hoje não foi o meu dia
infelizmente e o Filipe (Toledo) surfou muito bem o evento todo, então mereceu
a vitória”, disse Jordy Smith. “Eu entrei na final com uma estratégia de pegar
só ondas boas, mas no surfe tem algumas coisas que você não pode controlar, que
é a Mãe Natureza. Nesses 35 minutos, só tive uma chance, então agora é se
preparar para a Europa, onde vai ter duas etapas decisivas lá”.
Volta ao pódio – A cearense Silvana Lima
também surfou como nunca no Swatch Pro em Trestles. Ela já estreou no
campeonato batendo as detentoras de nove títulos mundiais, Stephanie Gilmore e
Carissa Moore. Depois derrotou mais duas vezes a hexacampeã Stephanie, na
terceira fase e nas quartas de final, quando despachou definitivamente a australiana.
A tricampeã Carissa perdeu para a americana Lakey Peterson, que fez os recordes
do evento nessa bateria pelas quartas de final. A californiana foi a adversária
de Silvana Lima nas semifinais e a cearense brilhou mais uma vez, começando
forte com nota 8,5 e sacramentando a vitória por 16,90 a 15,60 com o 8,40 que
recebeu em sua última onda.
Silvana
não decidia um título em etapas do CT desde 2010, quando faturou o título do
Movistar Classic no Peru. Também não chegava nas semifinais desde 2011 e neste
ano começou muito mal a temporada. Ela só tinha vencido duas baterias nas
outras seis etapas disputadas antes do Swatch Pro em Trestles. Mas, antes de
chegar em San Clemente, já tinha mostrado uma evolução no seu surfe nas etapas
do WSL Qualifying Series, inclusive assumindo a liderança do ranking de acesso
que ela foi a número 1 no ano passado. Com a vitória na Califórnia, Silvana
subiu da 15.a para a 13.a posição no Jeep WSL Ranking, mas sua permanência na
elite já está garantida entre as seis indicadas pelo QS.
Próximas etapas – Agora restam apenas
três etapas para fechar o World Surf League Championship Tour 2017. Duas delas
serão na “perna europeia” e a outra no Havaí. As meninas vão competir antes, no
Cascais Women´s Pro no Estoril, em Portugal, de 21 de setembro a 1.o de
outubro. Para os homens, o próximo desafio será no Quiksilver Pro France, nos
dias 3 a 14 de outubro em Hossegor, prova que Gabriel Medina foi vice-campeão
na final com o havaiano Keanu Asing no ano passado. No entanto, nem Medina e
nenhum brasileiro tem chances matemáticas de brigar pela ponta do ranking na
França.
O
principal adversário de Jordy Smith será mais uma vez o campeão mundial John
John Florence. Mas, o sul-africano agora botou duas fases de vantagem sobre o
havaiano, uma a mais do que em Trestles. Para os australianos Julian Wilson em
terceiro no ranking e Matt Wilkinson em quarto, as possibilidades são mais
remotas e ambos já necessitam da vitória no Quiksilver Pro France. Só que Jordy
Smith tira Wilkinson da briga se vencer uma bateria apenas em Hossegor e também
acaba com a única chance de Wilson se ganhar mais uma.
Brasileiros no topo – Para os três
brasileiros que estão na parte de cima da tabela de classificação, Adriano de
Souza em sexto lugar e Filipe Toledo em sétimo, podem no máximo alcançar a
vice-liderança no ranking se vencerem a etapa francesa. Já Gabriel Medina, que
está em oitavo lugar, se conseguir o mesmo resultado só poderá ultrapassar o
terceiro colocado, Julian Wilson. Porém, para isso acontecer, o australiano e o
vice-lider, John John Florence, têm que perder nas primeiras fases.
Na
categoria feminina, cinco surfistas têm chances na briga pela lycra amarela do
Jeep WSL Leader, que em Portugal será vestida pela australiana Sally
Fitzgibbons. Ela poderia ter ficado com Courtney Conlogue se passasse para a
final em Trestles, mas perdeu na semifinal para Keely Andrew. No Cascais
Women´s Pro, a batalha entre as duas e a agora terceira colocada, Tyler Wright,
que liderava o ranking, será fase a fase. Em quarto lugar, Stephanie Gilmore
precisa chegar na final para ultrapassar os 45.100 pontos de Fitzgibbons,
enquanto para a americana Sage Erickson só interessa a vitória e torcer por
tropeços das que estão à sua frente, o que é bastante improvável de acontecer.
O
Hurley Pro at Trestles foi transmitido pelo www.worldsurfleague.com e pelo
aplicativo da WSL e no Facebook Live através da página da World Surf League no
Facebook, passando ao vivo também pela ESPN+ e Globoesporte.com no Brasil, CBS
Sports Network nos Estados Unidos, Fox Sports na Austrália, SKY NZ na Nova
Zelândia, SFR Sports na França e em Portugal e EDGE Sports Network na China,
Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.
RESULTADOS
DO ÚLTIMO DIA DO HURLEY PRO TRESTLES:
Campeão:
Filipe Toledo (BRA) por 15,67 pontos (notas 8,00+7,67) – US$ 100.000 e 10.000
pontos
Vice-campeão:
Jordy Smith (AFR) com 9,80 pontos (9,00+0,80) – US$ 50.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS
– 3º lugar com 6.500 pontos e US$ 25.000 de prêmio:
1ª)
Jordy Smith (AFR) 14.33 x 10.17 Adrian Buchan (AUS)
2ª)
Filipe Toledo (BRA) 14.90 x 10.66 John John Florence (HAV)
QUARTAS
DE FINAL – 5º lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500 de prêmio:
1ª)
Adrian Buchan (AUS) 15.57 x 15.30 Adriano de Souza (BRA)
2ª)
Jordy Smith (AFR) 17.76 x 16.60 Frederico Morais (PRT)
3ª)
John John Florence (HAV) 14.84 x 13.80 Jeremy Flores (FRA)
4ª)
Filipe Toledo (BRA) 15.26 x 11.10 Kanoa Igarashi (EUA)
GRANDE
FINAL DO SWATCH PRO TRESTLES:
Campeã:
Silvana Lima (BRA) por 17,60 pontos (notas 8,93+8,67) – US$ 60.000 e 10.000
pontos
Vice-campeã:
Keely Andrew (AUS) com 10,93 pontos (6,00+4,93) – US$ 30.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS
– 3º lugar com 6.500 pontos e US$ 19.000 de prêmio:
1ª)
Silvana Lima (BRA) 16.90 x 15.60 Lakey Peterson (EUA)
2ª)
Keely Andrew (AUS) 13.43 x 13.17 Courtney Conlogue (EUA)
TOP-22
DO JEEP WSL LEADERBOARD – 8 etapas:
1º)
Jordy Smith (AFR) – 45.850 pontos
2º)
John John Florence (HAV) – 43.400
3º)
Julian Wilson (AUS) – 37.200
4º)
Matt Wilkinson (AUS) – 36.450
5º)
Owen Wright (AUS) – 35.850
6º)
Adriano de Souza (BRA) – 34.850
7º)
Filipe Toledo (BRA) – 34.450
8º)
Gabriel Medina (BRA) – 30.750
9º)
Joel Parkinson (AUS) – 26.650
10)
Connor O´Leary (AUS) – 24.700
11)
Frederico Morais (PRT) – 24.650
12)
Kolohe Andino (EUA) – 23.500
12)
Adrian Buchan (AUS) – 23.500
14)
Mick Fanning (AUS) – 23.100
15)
Sebastian Zietz (HAV) – 21.750
16)
Michel Bourez (TAH) – 20.700
17)
Jeremy Flores (FRA) – 19.700
18)
Joan Duru (FRA) – 19.400
19)
Conner Coffin (EUA) – 19.250
20)
Bede Durbidge (AUS) – 18.450
21)
Wiggolly Dantas (BRA) – 18.200
22)
Caio Ibelli (BRA) – 16.500
-----------outros
brasileiros:
23)
Italo Ferreira (BRA) – 15.950 pontos
27)
Ian Gouveia (BRA) – 12.500
28)
Jadson André (BRA) – 11.250
31)
Miguel Pupo (BRA) – 9.000
34)
Yago Dora (BRA) – 7.000
37)
Jessé Mendes (BRA) – 2.250
42)
Bino Lopes (BRA) – 1.000
43)
Samuel Pupo (BRA) – 500
TOP-10
DO JEEP WSL LEADERBOARD FEMININO – 7 etapas:
1ª)
Sally Fitzgibbons (AUS) – 45.100 pontos
2ª)
Courtney Conlogue (EUA) – 44.800
3ª)
Tyler Wright (AUS) – 44.700
4ª)
Stephanie Gilmore (AUS) – 39.950
5ª)
Sage Erickson (EUA) – 37.150
6ª)
Johanne Defay (FRA) – 36.700
7ª)
Nikki Van Dijk (AUS) – 32.000
8ª)
Lakey Peterson (EUA) – 31.100
9ª)
Carissa Moore (HAV) – 31.050
10)
Tatiana Weston-Webb (HAV) – 29.400
13)
Silvana Lima (BRA) – 23.600
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