O filho do ídolo Fábio Gouveia quer
comemoração dupla na Praia da Joaquina, pela classificação à elite do CT e por
estar no evento histórico do seu patrocinador no QS 6000 de Florianópolis.
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Fábio e Ian Gouveia. |
Colaboração de texto:
João Carvalho/©WSL
worldsurfleague.com
Colaboração de foto: Masurel/Cestari/Tom
Toledo
Melhor brasileiro no ranking do WSL
Qualifying Series este ano, o pernambucano Ian Gouveia pode ter uma comemoração
dupla no Hang Loose Pro Contest 30 Anos, que começa na próxima terça-feira (1º)
na Praia da Joaquina, em Florianópolis. Além de ter a chance real de já
confirmar a sua vaga ao CT de 2017 com um bom resultado na Ilha de Santa
Catarina, o filho caçula do ídolo Fábio Gouveia está feliz por poder competir
no evento da Hang Loose, seu patrocinador master há nada menos que 11 anos.
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Ian Gouveia. |
O ambiente favorável aumenta ainda mais,
porque o surfista de 24 anos morou metade de sua vida na capital catarinense e
considera a Joaca, como uma segunda casa. "A expectativa de competir em
Florianópolis e ainda no campeonato do meu patrocinador é a melhor possível. A
Joaquina é um lugar que dá altas ondas e eu surfo desde pequeno, então gosto
bastante de lá", comenta o surfista, que hoje mora na Praia de Maresias,
em São Sebastião (SP).
"Morei em Floripa por 12 anos e tenho
boas lembranças das competições lá", continua Ian Gouveia. "A
primeira vez que me classifiquei para o Mundial Junior da ISA foi lá e espero
poder repetir outro feito, de garantir minha vaga para o CT. Não seria nada mal
isso, ainda mais no campeonato da Hang Loose. Ia ser uma comemoração dupla. A
minha relação com a Hang Loose é como uma família. Sou patrocinado pela marca
desde 2005, o Álfio (Lagnado) é como um tio e os filhos deles como irmãos para
mim".
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Ian Gouveia. |
Ian vem de uma sequência de grandes
resultados na "perna europeia" do WSL Qualifying Series, que o
impulsionaram para a quinta posição no ranking. A arrancada começou com o
quarto lugar na final do Pantin Classic Galicia Pro, na Espanha, depois veio a
vitória em outra prova com status QS 6000, o Azores Airlines Pro, nas Ilhas
Açores, em Portugal.
Ele ainda foi para Marrocos e ficou em
quinto lugar no QS 1500 de Casablanca, depois voltou para Portugal para
disputar o QS 10000 Billabong Pro Cascais, onde conquistou mais um brilhante
terceiro lugar na etapa vencida por outro brasileiro, Jessé Mendes, que no
momento está fechando o grupo dos dez surfistas indicados pelo ranking do QS
para completar a elite dos top-34 que disputa o título mndial na World Surf
League. Além dos dois, o baiano Bino Lopes também está no G-10, em sexto lugar,
logo abaixo de Ian Gouveia.
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Ian Gouveia. |
"Depois da minha vitória nos Açores,
um terceiro, um quarto e um quinto lugares, fiquei muito perto de conseguir a
vaga e a ansiedade é total", confessa Ian Gouveia. "Nem em sonho
imaginava isso. É uma posição que nunca estive e está sendo tudo novo para mim.
É impossível controlar, mas estou trabalhando mentalmente para conseguir ficar
o mais tranquilo possível. Estou colocando na cabeça que ainda preciso passar
mais baterias para ficar com a vaga. E quero consolidar isso na Joaquina".
Fabio
Gouveia - Ele sabe que uma boa atuação em Floripa ainda tem outro
ponto a seu favor, eliminar a pressão de ter de decidir seu futuro no Havaí.
"Com certeza, terá um gostinho especial garantir a vaga em casa junto com
toda a família e amigos para comemorar. Será um sonho. E também será muito
importante me garantir antes do Havaí. Lá, como todos sabem, é muito difícil,
pelo fato de ter muitos tops do CT e surfistas locais competindo", afirma
Ian Gouveia.
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Ian Gouveia. |
"Conheço muitos exemplos de surfistas
que estavam dentro dos top 10 e no Havaí caíram fora. É muito difícil deixar para
garantir a vaga lá", acrescenta Ian, que também descarta a pressão que
muitos acreditam existir, por ser filho de Fábio Gouveia, um dos maiores
surfistas brasileiros de todos os tempos e que também sempre integrou a equipe
Hang Loose durante toda a carreira no Circuito Mundial.
"Essa é a pergunta que mais me
fizeram na vida e sempre fui muito tranquilo quanto a isso", disse Ian
Gouveia. "Apesar de tudo que ele foi, para mim é o meu pai e minha relação
com ele é de pai e filho. Não levo isso para a água. Não tenho essa pressão,
por ele ter sido tão bom. Não tenho de ser tão bom quanto ele. Eu quero fazer a
minha história. Mas, com certeza, meu pai é a minha principal influência".
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Ian Gouveia. |
Ian não esconde que em um ponto quer ser
igual ao pai, o lado família. "Quero poder viajar o mundo inteiro, surfar
as melhores ondas e levar a minha mulher, minha filha. Dar para a minha filha,
a vida que meu pai me deu. Era muito bom viajar com ele, assistir os
campeonatos, viver o Tour. Estou perto de conseguir isso e vou buscar
muito", ressalta.
Mostrando humildade, Ian não quer fazer
projeções sobre o futuro na elite mundial. Só adianta que as etapas que ele
mais aguarda são as de Fiji e Pipeline. "Nem sei o que esperar de mim. Vou
descobrir ano que vem mesmo (risos). Já fiz uma surftrip para Fiji e peguei o
melhor mar da minha vida lá no ano passado. Desde que peguei aquelas ondas,
tornou-se um sonho competir lá", conta.
"Há alguns anos venho participando do
Volcom Pipe Pro no Havaí e é muito bom surfar Pipeline só com mais três pessoas
na água", destaca Ian. "No CT é você e mais um só, então melhor
ainda. De todas as ondas do CT, eu ainda não conheço Bells e Margaret River na
Austrália e Peniche em Portugal. Eu acho as direitas de Bells iradas e Margaret
tenho um medo ‘da bixiga’ de tubarão, mas vou enfrentar. Já Peniche é Portugal,
onde sempre me sinto bem, é um beach break que dá altos tubos".
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Ian Gouveia. |
Para completar, Ian também fala da fase
pai, com a chegada da filha Malia: "Mudou minha vida. Você amadurece.
Passa a ter responsabilidades muito maiores. Tem de focar mais nos seus
objetivos. Afinal, tenho de botar dinheiro em casa, criar meu patrimônio".
O Hang Loose Pro Contest - 30 anos promete
ficar marcado na história como o evento de 1986, que trouxe de volta o Circuito
Mundial para o Brasil. A nova etapa do QS 6000 de Florianópolis será disputada
de 1º a 6 de novembro na Praia da Joaquina por surfistas de 22 países, sendo 94
estrangeiros dos 150 inscritos. Esta será a última parada do WSL Qualifying
Series antes do encerramento da temporada na Tríplice Coroa Havaiana, podendo
decidir classificações para a elite dos top-34 da World Surf League.
O QS 6000 Hang Loose Pro Contest 30 Anos
será realizado com patrocínio da Hang Loose e apoio do Governo do Estado de
Santa Catarina / Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, através do
FUNDESPORTE e da Prefeitura Municipal de Florianópolis, além da Mini Kalzone e
lojas J Bay e Tent Beach. O evento é homologado e supervisionado pela WSL South
America como 46.a etapa do WSL Qualifying Series 2016, com realização da
Associação de Surf da Joaquina (ASJ), divulgação da Rede Atlântida FM e site
Waves e transmissão ao vivo pelo www.worldsurfleague.com.
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